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Regina Dabdab: nova coleção uni tecnologia e a manualidade

Transitando entre a joalheria orgânica e a arte, a nova coleção de Regina Dabdab também é o resultado da união entre tecnologia e manualidade

Choker
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Transitando entre a joalheria orgânica e a arte, a nova coleção "Tesouros" de Regina Dabdab também é o resultado da união entre tecnologia e manualidade. Confira!

A mistura entre materiais orgânicos e formas escultóricas desde sempre aproximaram a joalheria de Regina Dabdab da arte, com seus maxi colares transitando facilmente do corpo para a parede. Há um ano, ela vem conquistando espaço em galerias com objetos, como móbiles e broches, decorativos que seguem a mesma linguagem de suas joias – foram quatro exposições nos últimos doze meses. Influenciada por essas experiências, a nova coleção, Tesouros, reflete seu momento presente ao mesmo tempo que une tecnologia e trabalho manual.

Regina Dabdab
Colar da coleção Tesouros - Foto: Amilcar Packer/ Divulgação.

O processo criativo, conta Regina, começou quando recebeu de Fabio Andreoni, da Casa Olin, uma garrafa para customizar. “Pensei em uma garrafa resgatada do mar e então comecei a grudar corais feitos em 3D e plantas secas”, recorda ela, que levou essa ideia para as joias. “É como se tivesse mergulhado cristais – rosa, azul e transparente – no mar e retirado 20 anos mais tarde”, descreve a respeito das interferências que fez sobre as pedras, utilizando os mesmos corais criados por meio de um processo artificial, substituindo os verdadeiros, cuja extração é proibida por lei.

 

A designer conta que também está utilizando conchas de seu antigo acervo, pérolas barrocas, selenita azul, lápis-lazúli e pedaços de madeira trazidos pelas ondas e recolhidos em praias. “Essas madeiras foram curtidas pela água e pelo sal, são leves e acetinadas”, detalha. No total, são 11 peças entre brincos, braceletes e choker, além de dois colares grandes, que também cumprem um papel decorativo, e um móbile. “É uma coleção mais clara e energética”, explica Regina, acrescentando que a ênfase na cor azul tem a ver com um processo de cura, uma procura pelo equilíbrio, purificação e paz interior. Uma busca por respiro em tempos de comunicação galopante na internet e nas mídias sociais. As peças remetem, ainda, a uma simplicidade dentro de um universo complexo.

 

A ideia de movimento também dá dinâmica às joias contemporâneas, refletindo, mais uma vez, os acontecimentos do cotidiano. Regina acaba de inaugurar o novo ateliê, junto com o da Apara Studio, da curadora Hélène D’Apote, em São Pau - lo. Este mês, apresenta a nova coleção no circuito Portas Abertas, ação entre os ateliês do bairro paulistano Barra Funda. A designer se dedica à joalheria orgânica desde 2007, quando ainda vivia em Paris. Seu processo está ligado à coleta e transformação de materiais brutos descartados na natureza. Enxergar o potencial desses itens é um dos trunfos da designer, que combina os vários elementos utilizando apenas a técnica do encaixe, como em um quebra-cabeça. Essa característica também faz de suas criações verdadeiros talismãs.

 

Sua incursão pela arte e pelo espaço tridimensional começou com o projeto Coleção comum presença em colaboração com a artista Daniel Lie, que resultou em 30 obras inéditas em prol da Casa do Povo durante a SP Arte. A primeira mostra individual, inspirada também pela arquitetura modernista, Tinha uma pedra, aconteceu exatamente há um ano, depois de uma residência de quatro meses na Casa Cunha Lima a convite da Carmo Johnson Projects. Depois, vieram participações nas exposições Engradados, na galeria Taller Zaragoza; e Mestre de obras na galeria Marli Matsumoto. 

Pulseira - Foto: Amilcar Packer/ Divulgação.

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