Estilistas negros que mudaram a moda nos últimos tempos

Nascido no Mississippi (EUA), Patrick foi o primeiro negro norte-americano a ser aceito na prestigiosa Fédération de la Haute Couture et de la Mode, em Paris. Suas peças ficaram conhecidas por carregar em seu DNA muito humor e referências às tradições negras. O estilista morreu de AIDS nos anos 90 mas sua história permeia até os dias atuais. O nome de Kelly apareceu no durante os protestos de Black Lives Matters como ‘’The Kelly Initiative’’, um movimento de profissionais negros que defende as oportunidades iguais de emprego para talentos negros na indústria.

Sean Combs é o verdadeiro nome por trás do rapper que costumamos chamar de Puff Daddy, Diddy ou Puffy. Além de cantor, compositor, produtor musical, executivo discográfico, empresário e ator, em 1998 lançou sua primeira linha de moda - Sean John- que mudou a indústria do streetwear masculino.

Com apenas 41 anos, a estilista é a primeira e única membro negra no Conselho Nacional de Moda Italiana. Sua alfaiataria atemporal carrega em sua essência um mix de culturas, geralmente relacionadas a suas heranças haitiana e italiana. Suas peças já foram usadas por celebridades como Beyoncé e Rihanna. Stella é ativista e luta no órgão mais importante do segmento por questões raciais.

Tracy é uma mulher que vem fazendo a diferença no consumo de moda consciente. Ela é membro do conselho do CFDA desde 2007 e é especializada em roupas femininas, acessórios e moda casa. Sua marca slow-fashion Hope for Flowers foi projetada para mulheres que são inspiradas pela beleza e que também usam seu poder como consumidoras para serem agentes de mudanças positivas no mundo.

O alfaiate autodidata revolucionou o mercado steetwear com um estilo único; customização do couro das bolsas com monogramas das grifes em seu ateliê. A lista de clientes ao longo dos anos inclui: Salt-N-Pepa, LL Cool J e Jay- Z . Em 2017, lançou uma collab com a Gucci, marca que hoje possui um ateliê em conjunto, a Dapper Dan's do Harlem, em 2018.

O estilista britânico de ascendência ganense é conhecido por sua alfaiataria atemporal e pelo estilo sob medida com uma paleta de cores forte derivada de sua herança. Sua alfaiataria foi estrelada em celebridades como Will Smith, Jamie Foxx e Keanu Reeves e, em 2018, ele contribuiu com seu terno brilhante para o Pantera Negra da Marvel.

Em 2018, tornou-se a primeira mulher negra a dirigir uma marca de propriedade da LVMH, a Fenty. A parceria foi desfeita há poucos dias atrás mas a magnata da beleza e da moda ainda comanda as linhas de lingerie Savage x Fenty, Fenty Beauty e a mais recente Fenty Skin. Riri é uma grande influenciadora para a comunidade negra, principalmente os empreendedores, já que todos seus cases parecem ter a fórmula do sucesso.

O estilista, empresário e DJ nascido em Chicago se tornou o primeiro diretor criativo negro da Louis Vuitton Masculina, em 2018.Virgil também é o diretor executivo do Milan com base na marca Off-White, fundada em 2013. Seu auge na indústria é resultado da estreita relação criativa com o rapper Kanye West . Abloh foi nomeado pela  revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2018.

Kanye é uma figura muito importante no mundo do showbuzz. Cantor, influenciador de estilo e diretor criativo.  Após apresentar sua primeira coleção Yeezy em 2015, Kanye West solidificou de vez no mercado de luxo. Apesar da agenda lotada de shows, o estilista consegue conciliar e dirigir uma das marcas mais badaladas do streetwear.

Com apenas 24 anos, Olivier foi nomeado para assumir o comando da Balmain. O estilista francês foi o mais jovem diretor criativo em Paris desde Yves Saint Laurent. Ele é amigo e queridinho não só do clã Kardashian, como também das celebridades Cara Delavigne, Jessica Biel e J.Lo.

Telfar tem uma carreira muito interessante; ele mudou-se para Nova York para seguir a carreira de modelo, e vivendo nesse universo, descobriu uma paixão pela moda que o fez criar sua própria coleção de roupas vintage desconstruídas em 2003. Mas foi só em 2005 que o estilista -mezzo liberiano, mezzo americano- explodiu com o seu business criando sua marca de moda sem gênero, baseada no Brooklyn. Clemens recebeu reconhecimento global pelo design da sacola de compras Telfar -falamos melhor sobre aqui-, além de ter conquistado uma legião de fãs do selo Telfar que democratiza o luxo e celebra a cultura pop negra.

Natural de Cabo Verde, o papel de Ângela Brito na história é mudar as narrativas associadas à África. Paleta de tons vibrantes? Estampas tribais? Nada disso entra no conceito da estilista que comanda sua marca carioca homônima. A estilista desenvolve suas peças de forma leve e elegante, com pontos fortes de alfaiataria e modelagens

Se em meados de 2007 já era difícil encontrar negros na passarela, a presença nos bastidores em cargos de direção criativa era totalmente nula, como resultado de um funil educacional misturado com o preconceito crônico da sociedade brasileira. Foi somente na edição desta temporada que Wilson Ranieri fez história ao ser o primeiro estilista negro a desfilar sua coleção na semana de moda mais badalada de do Brasil, a SPFW. Por outro lado, Wilson não se considera um ativista.

"Ser um estilista negro na São Paulo Fashion Week significa levar toda minha ancestralidade, todo o axé das roupas para ser celebrada num grande evento. Nós, pessoas negras, merecemos este lugar", conta o estilista ao FFW. Baiano, ativista e talentoso! Isaac traz para as semanas de moda uma moda sem gênero que desafia o preconceito através das referências afro-brasileiras.

Na última SPFW antes da pandemia que mudou o comportamento e o cenário da sociedade como um todo, uma dupla de estilistas deixou seu legado na  semana de moda. Leo Bronks e Emerson Timba assumiram a direção criativa no evento em que sua equipe era composta por 80% de pessoas pretas. No backstage? Trancistas, barbeadores, modelos, assistentes e fotógrafos fazendo jus à representatividade que resultou em um trabalho ovacionado na edição N48.

Kel Ferey é o nome responsável por levar o nome do país com a maior reserva de recursos naturais para o exterior. A estilista baiana é referência quando a pauta é moda eco-sustentável e brilha na semanas de moda internacionais; foi a única brasileira a desfilar na semana de moda de Milão no ano passado. Com muita maestria, Kel prova que o seu papel na moda vai muito além da representatividade abordando também questões sociais e contemporâneas.