Camila Coutinho, a nossa it-girl
É quarta-feira e Camila Coutinho, que mora em Recife, acaba de desembarcar em São Paulo para uma série de compromissos na cidade. Entre eles, está o evento #Makeapromise, que comemora um ano de parceria entre a Louis Vuitton e a UNICEF. A vida mudou muito desde que, em 2006, ela criou o blog Garotas Estúpidas - que hoje tem mais de um milhão de seguidores no Instagram, 600 mil assinantes no Facebook e 270 mil inscritos no Youtube.
Espero por Camila no QG da grife francesa na cidade, onde escolherá um look para usar na noite do dia seguinte - ela será hostess da celebração ao lado de Thássia Naves.
Camila sai do elevador e, assim que me vê, diz: "Juuu, quanto tempo, como você está?". Fomos apresentadas há muito, trabalhamos juntas em algumas ocasiões. Mas a simpatia e o trato da fashionista não são exclusivos para conhecidos de longa data. Uma mas maiores qualidades, senão talento, da pernambucana é ser agradável e atenciosa com toda e qualquer pessoa - por mais que o seu dia não esteja sendo dos melhores.
Ela se vê em uma foto em uma das salas do escritório e já logo saca o iPhone para compartilhar o clique no InstaStories. Pergunto de sua recém viagem à Noronha e engatamos um bom papo enquanto esperamos para entrar na sala de provas. Camila me conta sobre seu ano novo, diz que marcou aulas com o personal trainer Marcio Lui para todo os dias em que estivesse em São Paulo e fala sobre o look despojado que usou no dia anterior. O assunto sempre flui.
Somos chamadas pela RP da Vuitton e, já dentro da sala de provas, Camila examina alguns vestidos nas araras. Sem demora, bate o olho em um modelo azul, prova e diz: "É esse!".
Styling definido, é hora de tirar fotos e fazer instastories. Pergunto:
Você abandonou o Snapchat?
Um pouco. No começo fui um pouco resistente, mas agora quase só uso a ferramenta do próprio Instagram. É mais prático porque está tudo ali e minha audiência é quase o triplo. Não deixei de lado total, mas uso muito menos.
Qual você acha que é o grande desafio de trabalhar assim tão vinculada à tecnologia?
É estar em constante mudança. Eu não paro nunca. Tenho sempre que pensar no próximo passo, no que vou fazer em seguida. Estou constantemente me reinventando para me adequar a audiência, que também muda sem parar. Hoje, para você continuar conversando com o público tem que fazer vídeos, amanhã não sei qual será a plataforma da vez. Tenho que agir em diversas frentes.
Por isso o nome blogueira já não é o mais indicado, né?
Sim! Também não gosto que me chamem de digital influencer. Não quero que pareça que estou sendo arrogante, nada disso, mas eu faço muito mais do que postar looks do dia e me preocupar com as fotos do Instagram. Eu faço negócios, estou sempre correndo atrás de oportunidades. Como eu sou a minha empresa, tenho que fazer tudo, marketing, divulgação, entrega...
E como você consegue separar a pessoa Camila Coutinho do blog Garotas Estúpidas?
No começo foi mais complicado, hoje é fácil. O blog é um veículo imparcial que conversa com diversos públicos e fala de todos os assuntos - de roupas da Riachuelo (marca que me ajudou muito no começo de minha carreira; eu ia até lá fotografar escondida) até couture da Chanel. O compromisso do GE é a informação. Eu, Camila, posso ser livre. Obviamente me junto com marcas com as quais me identifico, mostro o meu dia a dia - e as pessoas amam isso! Todo mundo entendeu que são duas coisas diferentes e separadas.
Os looks que você posta são todos reais?
Sim, super! E se não estou num dia bom, não posto nada.
Qual é a melhor parte do seu trabalho?
Acho que é a chance de viver experiências que nunca imaginei. Assistir à uma semana de moda em Paris é uma coisa que encanta. O último desfile do Marc Jacobs no comando da Vuitton me marcou muito; conhecer Karl Lagerfeld em Cannes; poder lançar uma coleção com o meu nome, como fiz com a Riachuelo... É um trabalho maravilhoso, eu amo!
E qual é a parte ruim?
Olha, eu quase não tenho haters, mas essa coisa de lidar com o ódio das pessoas na internet é complicado. Tem dia que eu posto uma foto e todo mundo critica o look, não gosto. Agora, quando eu posto uma foto e metade gosta e metade não, fico extremamente feliz, porque é sinal que ousei e fiz uma coisa inesperada. Outro ponto que requer atenção é a vida pessoal - temos que saber separar direitinho as coisas.
Quando as blogueiras surgiram, as revistas ficaram com um pé atras, temerosas. Hoje o movimento mudou. Como você enxerga o processo?
Eu vivi todo o movimento. Quando começamos, fiz várias capas de cadernos de jornais e matérias para revistas, depois senti um distanciamento. Os veículos ficaram assustados com a nossa repercussão e com medo que roubássemos audiência e anunciantes. Aí rolou o lance do Conar e uma certa exclusão. Depois todo mundo entendeu que há espaço para todos. Se o impresso não se modernizasse ia ficar para trás. Agora eu faço diversas parcerias com revistas, até mesmo comerciais. Hoje, minha geração passa pelo mesmo com as meninas novinhas que são youtubers.
E como você lida com isso?
Tive que entrar na onda. É o que eu falei antes de estar sempre mudando e buscando o novo. Montei a casa dos youtubers pensando nisso. Quem entende como o mercado funciona e evolui já tem um trunfo.
Última compra Uma camiseta souvenir de Noronha. Daquelas tipo vim aqui e lembrei de você. haha
Bolsa da vez Tô numa fase de mochilinhas. Acabei de cobrar uma da Chloé que é linda.
Um destino Fernando de Noronha
Restaurante favorito Amo o do meu pai, o Nez Bistro e o Sushi Quina do Futuro, os dois em Recife.
Uma tendência Tênis
Produto de beleza preferido Os rímeis asiáticos, qualquer um.
Uma musa Costanza Pascolato
Um homem Gato! hahaha