Gil do Vigor na Ópera
Conversamos com o economista e ex-BBB Gil do Vigor durante sua primeira visita à Nova York
Quando saiu da casa mais vigiada do Brasil, sabíamos que haviam grandes oportunidades esperando o economista e ex-BBB Gilberto Nogueira Jr, o Gil do Vigor, no mundo real. Além do PhD que lhe aguardava na Califórnia, não demorou muito para que se tornasse um dos comunicadores da Rede Globo. O que não poderia ser diferente, sua personalidade espontânea e efusiva conquistaram o carinho do público que quase um ano após o programa segue vigorando com suas falas icônicas durante o BBB21.
Em todos os cenários que eu poderia imaginar que nossos caminhos eventualmente iriam se cruzar para uma entrevista, nunca me ocorreu que a pauta seria algo que temos em comum: o amor pelo musical O Fantasma da Ópera. Pois bem, foi assim que aconteceu. Em sua primeira visita à Nova York, menos de 24 horas depois de ter assistido ao seu musical favorito no teatro também pela primeira vez.
Assistir a esse musical na Broadway tem um importante simbolismo para Gil, pois ele considerava que este era um sonho que não seria realizado porém, em suas palavras, “mandava para o universo”. Foi apenas durante a sua participação no BBB que sentiu que talvez pudesse sim conquistá-lo, por isso escolheu a música tema para marcar a entrada em sua festa como líder. A canção “é um marco muito especial na minha vida. De saber que venho de uma realidade muito humilde mas com desejos muitos grandes. Eu tinha os musicais como modelo de superação. Como algo que de fato fizesse com que a minha vida desse uma regozijada. Isso era muito forte dentro de mim”, comenta Gil. “Ontem eu assisti ao musical, e chorava assim, copiosamente. Foi aquele momento que de fato aquela criança humilde conseguiu realizar um sonho”.
Além de assistir a peça, Gil foi convidado para conhecer os bastidores do teatro, algo que não é aberto ao público. Lá, pode entender um pouco do que acontece por trás das cenas e ver de perto e com os próprios olhos os cenários e figurinos que ganham vida nos palcos oito vezes por semana. Ainda impressionado, usou a palavra surreal para descrever a experiência, “são os efeitos, os cenários, a dramatização a voz”, sem contar com a identificação com a história “me conectei com as dores do Fantasma e pensei que em alguns momentos eu sou como ele”, lembra. Porém, ainda destaca, “queria mesmo era ter tido a oportunidade de falar com o Fantasma. Um Fantasma lindo, maravilhoso”, brinca.
O amor de Gil pelo teatro faz parte de sua vida desde sempre, quando pequeno participou de cursos e peças amadoras e confessa que em muitos momentos durante o espetáculo se perguntou o que teria sido de sua vida se tivesse seguido no meio artístico. “É o grande amor da minha vida. Eu amo a economia, mas a arte do teatro tem algo assim que ultrapassa. Se eu tivesse que escolher hoje, se tivesse talento o talento daquela gente lá, com certeza iria fazer musicais minha vida inteira”.
Os musicais, por sua vez, chegaram a ele por um amigo, Ronaldo, “que era muito fã de musicais. Ele colocava os CDs e DVDs lá para eu assistir e nisso fui me encontrando. Eu não tinha dinheiro nem para comprar um CD, nem tinha como ter computador e assistir no youtube”, lembra “a falta de acesso era muito complicada para mim”. Gil explica que “Eu sempre tive um amor por tudo que me fizesse sonhar. Eu via os musicais como um grande sonho sendo representado. Quando tinha dor, me ajudavam a superar os desafios”.
Porém, isso não significa que Gil do Vigor está pensando em mais uma mudança de carreira. Ele ainda está com o olho no mundo acadêmico e pretende sim continuar suas pesquisas. Na mesma visita a Nova York, Gil visitou a bolsa de valores e a Columbia University para conversar com alunos e professores. “A pesquisa eu acho que é um ato de amor. Quando você pesquisa você abre mão da sua vida” para encontrar soluções para melhorar a sociedade como um todo.
No entanto, se há algo que mudou, foi a visão de Gil do Vigor sobre uma possível volta para o Big Brother Brasil. “Quando eu saí do programa eu falei para todo mundo que eu voltaria para o programa. Eu sou apaixonado por ele, sou grato e serei eternamente”, explica, “eu não teria acesso hoje se não fosse pelo programa. Ele me deu uma chance única. O Big Brother me tirou da fome, eu estava passando necessidade naquele período, sabe?… Mas assistindo agora como telespectador, após o BBB, eu não voltaria. Porque você vê a forma como as redes sociais reagem. Obviamente que as pessoas erram lá dentro e nós temos que eliminar. Quer sentir no dedo e eliminar, isso aí tudo bem. Mas vejo que às vezes passa do ponto, sabe? Aí machuca. As famílias sofrem muito. Sei que a minha sofreu demais. Não me sinto no direito de fazer eles passarem por isso novamente. Óbvio que vieram todas as bênçãos que superam qualquer outra coisa, mas acho que já foi o suficiente. A cabecinha já foi colocada no lugar. Melhor seguir vigorando”, declara.