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Giovanna Grigio: “Das vezes que arrisquei, não me arrependi!”

A atriz é a estrela do novo filme “Perdida” e vive 'Sofia' em adaptação cinematográfica do livro de Carina Rissi

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Giovanna Grigio (Foto: Roberto Martini)

Leve, irreverente e divertida. Assim pode ser definida a atuação de Giovanna Grigio no filme “Perdida”, dirigido por Katherine Chediak Putnam. A adaptação do livro de Carina Rissi ganhou vida com um elenco de peso, com nomes como Bruno Montaleone, Luciana Paes, Hélio de La Penha, Lucinha Lins e Bia Arantes frente às câmeras. 

Para a protagonista do filme, Giovanna Grigio foi a escolha perfeita, visto que até mesmo a atriz se identifica com o “universo de época” que permeia a criação. Como uma romântica incurável, Gigi se jogou de cabeça na história de amor de sua personagem com o cavalheiro Ian Clarke, interpretado por Montaleone. “É uma linguagem universal, atemporal, a gente sente!”, disse a atriz quando perguntada sobre o romance envolvente dos dois personagens. 

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Com um extenso currículo, a jovem de 25 anos acumula trabalhos como “Êta Mundo Bão” (Globo), “Malhação” (Globo), “Rebelde” (Netflix) e agora, a adaptação cinematográfica do livro mais amado pelas jovens brasileiras nos últimos tempos. A L’Officiel Brasil conversou com a Gigi e em um bate-papo leve e descontraído, a atriz fez revelações sobre os bastidores, suas experiências e principalmente, sobre o seu jeito de enxergar o amor:

L’OFFICIEL “Perdida” estreia agora no dia 13 de julho e a gente quer muito saber: quem é a Sofia? Você se identifica de alguma forma com a personagem?

GIGI A Sofia é uma jovem contemporânea muito dedicada, amante de literatura, uma pessoa muito curiosa. Só que ela é muito cética em relação ao amor e sentimento… enfim, ela acaba viajando magicamente para esse mundo “Jane Austeano” super contos de fadas, o que faz ela testar muito o coração dela. “Vamos colocar esse coração de gelo para funcionar”, é como funciona o coração de Sofia. Eu acho que tenho muitas coisas em comum com ela, me acho curiosa e espontânea. Porém, ela é muito impulsiva, e eu não sou assim… eu sou bem cautelosa (até demais, devia ser mais maluca). Das vezes que arrisquei, não me arrependi! 

L’OFFICIEL A obra está muito ligada a ‘Orgulho e Preconceito’, da Jane Austen, que é uma obra de época. Com a Gerusa em “Êta Mundo Bom”, você já tinha vivido uma personagem de época, mas era algo “mais recente”... como foi se preparar para uma personagem que viveu em um contexto histórico totalmente diferente do que você já está acostumada?

GIGI Então, Sofia e Gerusa foram experiências muito diferentes. Por exemplo, em “Êta Mundo Bom”, a Gerusa era daquela época, ela pertencia àquela época, que foi nos anos 40. Existia toda uma maneira de falar, o figurino, os modos mais recatados e tudo mais. E o que foi bacana em “Perdida”, é que eu fui para um mundo de 200 anos atrás e a Sofia é contemporânea, então foi uma outra experiência… era para eu ser uma “alien” mesmo, algo futurista! Então eu não tinha que preparar nada pra isso, eu só tive que ir lá e viver, porque era isso o que a Sofia estava fazendo no fim das contas. Um dos assuntos, por exemplo, que eu conversei com a Katherine, nossa diretora, era que ela queria que nos ensaios eu não ensaiasse com o figurino nunca, diferente de meus colegas, porque era para eu sentir de verdade a novidade de estar lá. A novidade de sentir o corset, a novidade de estar de vestido, a novidade de estar naquele ambiente. Então, por exemplo, o pessoal teve a aula de etiqueta e eu não pude participar, não deixaram… eles queriam que tudo fosse novidade para mim. Foi algo super legal, eu pensava: “Se eu fosse a Sofia, ia encostar em tudo… coloquei o vestido e me senti uma princesa!”.

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L’OFFICIEL Vi que nas gravações você montou a cavalo! Foi preciso treinar muito, ou você já tinha contato com animais desse porte?

GIGI Então, eu vou te contar um segredo… ERA DUBLÊ, NÃO ERA EU! (risos). Mas eu tive que fazer aula para as cenas em que eu de fato tinha que estar em cima do cavalo. Mas quando o cavalo saía correndo, era uma dublê porque a gente não tinha capacidade nenhuma de andar a cavalo. A Amanda, minha dublê, é incrível! Ela cortou e pintou o cabelo para ficar igual ao meu e deixar o mais parecido possível, a mulher é um ícone. 

Porém, eu descobri nesse processo que existem cavalos e cavalos. Existem cavalos que são fáceis de andar, outras raças de cavalo são melhores para correr, porque a passada deles é mais macia, eles têm uma anatomia diferente. O Storm, que é o cavalo do filme, ele é um cavalo que parece um dinossauro, é gigante! E ele é puro, a passada dele me fazia sentir que eu ia voar, simplesmente era impossível andar nele, eu fiz muita aula e não consegui.

L’OFFICIEL Você já chegou a ser comparada com Julia Roberts e Rachel McAdams. Como se sente em relação a isso, e o que mais a inspira nestas atrizes?

GIGI Me inspiro muito nelas! Eu amo o trabalho delas e quando saiu essa crítica eu surtei, achei que não era possível que estivessem falando de mim, fiquei super metida e mandei para todos os meus amigos. Eu fiquei lisonjeada, porque de fato são atrizes que são referências pra mim e ter o meu trabalho comparado com o delas me deixou nas nuvens… Eu nunca estive tão metida!

L’OFFICIEL Qual a peça do figurino da Sofia, que a Gigi super pegaria emprestado para usar no século XXI?

GIGI Tem um vestido da Sofia que é o meu favorito! Não é o vestido do baile, embora o vestido do baile seja uma obra de arte, e para mim, ele deveria até ser exposto, porque ele foi desenhado pro filme e costurado a mão. Mas o meu favorito mesmo é um vestido rosa queimado, meu tom favorito e de manga longa… ele é mais larguinho e é bem “Lizzie Bennet”, mais parecido com o figurino de “Orgulho e Preconceito”, mais confortável e simples. E mais, eu amo cor de rosa, cada personagem tem uma cor, e cada cor conta a história desses personagens e a cor da Sofia é o rosa! 

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L’OFFICIEL Como preparou os seus fios para receberam os penteados de época? Muita fonte de calor, modelagens e sprays tiveram alguma influência na saúde de seu cabelo?

GIGI  Então, de fato a gente usa muita fonte de calor, por isso eu estava sempre hidratando muito e usando protetor térmico todos os dias de gravação. Estava até usando franja no filme, por dois motivos: todas as decisões do visagismo tiveram um motivo específico, então a Sofia usa franja no filme porque eu já tinha uma franja curta que eu tive que cortar porque usava uma mecha loira na parte frontal do cabelo por causa de “Rebelde” e também porque a nossa referência de beleza era a Keira Knightley em “Orgulho e Preconceito”. Mas quando eu usava penteado no filme, para mim era mais fácil, porque era só o meu cabelo mesmo, já as outras meninas tiveram que usar apliques porque era um cabelo de época, os cachinhos super definidos, já a Sofia, que não era de fato daquela geração tinha que ter um cabelo mais “bagunçado” e menos definido, foi tudo proposital. Por isso, acho que estraguei muito menos o meu cabelo.

L’OFFICIEL Em “Êta Mundo Bom”, você interpretou a Gerusa. Qual é a parte mais gostosa de se preparar para personagens que vivem em outra época?

GIGI  Eu amo obras de época, são as minhas favoritas. Então quando eu trabalho em obra de época, eu acho muito gostoso porque é totalmente o contrário do que você vive. Quando você interpreta um personagem contemporâneo, é mais fácil trazê-lo para mais perto de você, já quando você interpreta um personagem de época, você vai para um universo diferenciado e brinca de faz de conta… tem o modo de falar e o figurino que eu amo experimentar cada camada de roupa, usar o corset e todas as roupas que são de época. Em “Êta Mundo Bom”, eu lembro que quando pisei pela primeira vez na cidade cenográfica eu fiquei chocada com o quão real era aquilo, tinha até bonde! Era mágico e realista.

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L’OFFICIEL Se você pudesse escrever o seu próprio romance, rolaria um príncipe montado em um cavalo branco na trama? Como você acha que a “figura do príncipe” se desenrolou em “Perdida”?

GIGI Eu gosto de histórias de amor. Se eu pudesse escrever uma história de um amor, que narra um encontro, eu escreveria com certeza. Acredito demais, eu sou romântica e acho muito lindo o encontro do Ian e da Sofia, porque eles são pessoas tão diferentes que se encontram mesmo assim. Existe algo que une essas duas pessoas que pertencem a mundo diferentes, ele é de 200 anos atrás e se encanta pela Sofia, eles têm coisas em comum. É uma linguagem universal, atemporal, a gente sente! Então eu acho besta existir ignorando que o amor existe… o “para sempre” eu acho uma coisa muito idealizada, mas o “que seja eterno enquanto dure” eu acho que existe fortemente e acredito nisso. Acho que a gente tem que viver mesmo as coisas, mesmo que não dure para sempre, tudo vale a pena ser vivido e se der errado, vira história boa depois. 

L’OFFICIEL Como você acha que “Perdida” vai impactar a nova geração de meninas que crescerão suspirando pelas aventuras de Sofia?

GIGI Eu acho que a Sofia é uma personagem muito inspiradora, e a maior qualidade dela é ela aceitar a própria transformação. Ela é uma pessoa que está sempre aprendendo, evoluindo… eu acho lindo como o encontro romântico acrescenta na vida dela e o bom exemplo está aí, ver um encontro que é honesto, verdadeiro, disponível e faz a gente crescer. Me tocou dessa maneira, eu aprendi muita coisa com a Sofia, então me deixa feliz saber que uma personagem que me ensinou tanto, também possa tocar o coração das pessoas. Se as pessoas puderem sentir algo, se sentirem transformadas por ela de alguma maneira, então o meu trabalho está feito!

Fotos: Roberto Martini
Beleza: Mauro Marcos 
Stylist: Marina Costa

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