Isadora Cruz sobre Roxelle: “Impulsiva e inconsequente”
Isadora Cruz, a icônica Roxelle da novela ‘Volta Por Cima’, fala sobre atuação, personagens marcantes e estilo Fubangacore
Com uma trajetória marcada por personagens fortes e inspiradoras, Isadora Cruz continua conquistando espaço como uma das atrizes mais marcantes de sua geração. Depois de encantar o público com a doçura determinada de Candoca em Mar do Sertão, a atriz se reinventa com a irreverente Roxelle em Volta Por Cima, mergulhando no universo vibrante do "Fubangacore" e trazendo uma mensagem poderosa sobre autenticidade e empoderamento feminino. Em uma conversa leve e envolvente, Isadora revela detalhes sobre sua preparação para os papéis, inspirações de moda, transformações pessoais e os desafios emocionantes que viveu ao interpretar Rosa em Guerreiros do Sol. Confira a entrevista exclusiva com a L’Officiel Brasil a seguir:
Isadora, depois da doçura e força de Candoca em ‘Mar do Sertão’, como foi se jogar na irreverência da Roxelle em ‘Volta Por Cima’? Elas têm algo em comum ou são completamente opostas?
Ambas são mulheres de muita personalidade, fortes e que têm plena consciência do seu poder. Usam deste poder para ajudar vários personagens da trama e resolver conflitos de diversos núcleos. Elas passeiam pela história desvendando os segredos e fazendo justiça, como uma “carta coringa”. Mulheres confiantes com ideias feministas e a frente do seu tempo. O que elas têm de diferente é a forma que essa força se manifesta. A Candoca tinha uma leveza e doçura naturais, sem perder a autenticidade. Já a Roxelle é mais impulsiva e inconsequente, sem perder o charme e a simpatia. Tem sido um presente poder aprender com essas mulheres que tocam em questões tão sérias e profundas, de uma forma bem humorada e contemporânea.
A Roxelle tem um estilo tão único, o famoso "Fubangacore". Como você acha que esse estilo se conecta com a personalidade dela?
Esse estilo traduz diretamente a personalidade autêntica da Roxelle. Ela não quer copiar algo que já existe, quer se vestir de uma maneira única e chamar atenção por isso. A Roxelle assume quem é e não se encaixa em estereótipos. Ela habita um lugar de individualidade e presença. A liberdade é sua força motora e o figurino faz parte dessa construção, onde, ela pode misturar vários estilos diferentes para criar o dela. É “sexy” e “cool” de botas caubói, micro saias, bodys asa delta estilo “disco" e boleros vintage anos 70.
Essa estética “Fubangacore” foi usada, inclusive, pela Anitta, que ajudou a popularizar o estilo! Qual mensagem você acredita que esse visual tão único passa?
A mensagem é que nós mulheres temos que nos apropriar e nos orgulhar de tudo que compõe o que a gente é. Os nossos corpos, as nossas curvas, o nosso jeito e a nossa individualidade feminina. Cada mulher tem uma potência singular e em um mundo de tantas cópias, as nossas peculiaridades são o que temos de mais especial. Podemos ser quem quisermos e usar e abusar de todos esses atributos para conquistar nossos ideais. Hoje nós assumimos nossa presença no tempo e temos muito a dizer. Não cabe mais escondermos os nossos desejos, fantasias e sexualidade.
Nessa estética da Roxelle, existe alguma peça ou acessório que você já pensou: “Hmm, super usaria”? A sensualidade da personalidade te inspira na vida real?
Eu uso muitas peças que a Roxelle usa… como as micro saias, botas de caubói e vestidinhos jeans. A Roxelle me inspira em todos os sentidos. Apesar dela ter um jeito impulsivo, ela tem uma sensibilidade e muitas camadas que trouxe para a minha vida pessoal, como leveza e graça. Venho me redescobrindo como mulher e percebendo que existem muitas possibilidades e personalidades dentro de mim.
Sabemos que a Roxelle é divertida e tem uma energia lá em cima. Como você se prepara para trazer essa leveza e espontaneidade para a personagem?
Tento enxergar e lidar com todas as questões do dia a dia com mais leveza, para poder chegar no set com energia de alta frequência e trazer o melhor de mim para a personagem. Tento também não julgar tanto as minhas escolhas em cena. Me permito ser espontânea durante o processo de gravação, confiando na minha intuição, para que ela apareça de uma forma que, muitas vezes, sinto ser mágica.
Você tem apenas 26 anos e já tem uma carreira tão promissora! Como você encara essa fase da sua vida?
Tento me dedicar ao máximo às minhas personagens e estar cada vez mais envolvida nos processos e menos impressionada. Depois de “Mar do Sertão” tenho vivido um turbilhão, emendando um trabalho atrás do outro. Isso tudo exige dedicação, pés no chão, serenidade e uma clareza de onde quero chegar e quais as mensagens que quero passar. Quanto mais me aprofundo nas minhas raízes e no meu propósito, mais encontro essas respostas.
Você recentemente descoloriu os cabelos para viver a Roxelle. Como foi essa mudança para você? Deu aquele frio na barriga ou você encarou com confiança?
Sim, eu já tive alguns looks com um castanho mais claro, mas loira real - oficial mesmo foi um presente de Roxelle! Ela é essa mulher solar e tem seus cachos assumidos, assim como eu na vida real. Sinto que isso sim trouxe uma força enorme para a personagem. Esse cabelo funciona como amuleto para ela, como escudo, onde, ele a projeta e dá segurança para sua personalidade forte. Acho lindo também que às vezes vejo uma cena quando o sol bate e ele parece que faz uma áurea, como uma coroa de luz. É um cabelo real, sem escova e sem babyliss, são meus cachos do jeito autêntico deles. Isso traduz a minha verdade como Isadora, que é fundamental nos dias de hoje.
A descoloração trouxe algum impacto no seu autocuidado ou rotina de beleza? Algum produto se tornou indispensável para cuidar dos fios?
A beleza vem da saúde. Tento me cuidar ao máximo, em todos os aspectos da minha vida, para que o cabelo hidratado e a pele luminosa sejam consequência dos bons hábitos e das escolhas que faço, todos os dias.
Você interpreta Maria Bonita na série ‘Guerreiros do Sol’ da Globoplay. O que você pode nos contar sobre a série e sua personagem? Foi um desafio diferente de tudo que já viveu?
Foi o projeto mais desafiador da minha carreira até então. A minha personagem Rosa, narradora da história, passa por muitos lutos ao longo da trama e tem uma narrativa mais densa e dramática. Isso exigiu que eu me envolvesse muito emocionalmente, fisicamente e espiritualmente; resgatando processos profundos de ancestralidade das mulheres sertanejas que vieram antes de mim e dessas dores que estão impressas no meu DNA. Até traumas pessoais trouxe à tona para ressignificá-los e emprestá-los, da forma mais verdadeira possível, transformando-os em arte.
Filmes internacionais também estão no seu currículo (rs)! Você sente alguma diferença na gravação de obras nacionais e estrangeiras? Rola algum estranhamento?
Não, independente do país, o meu processo como atriz é sempre o mesmo e o meu estudo do texto e todo o trabalho para a construção da personagem também.
Moda é algo muito presente em sua vida! Quais peças não podem faltar no guarda-roupa da Isadora para o dia a dia? E tendências, você tem uma favorita?
- Casacos gigantes de pelo (Faux, é claro!)
- Sapatilhas confortáveis
- Maxi bolsas (que eu levo tudo!)
PING PONG
1 - Se a Roxelle fosse dar um conselho amoroso, qual seria?
“Não aceite menos do que você merece!"
2 - Uma comida brasileira que você sempre leva na mala para os Estados Unidos?
Tapioca
3 - Se você tivesse que montar um look de Carnaval inspirado no "Fubangacore", o que não poderia faltar?
JEANS!
4 - Qual foi a cena mais engraçada que você gravou como Roxelle?
Todas as cenas com Gigi (Rodrigo Fagundes)!
5 - O que foi mais difícil: descolorir o cabelo ou aprender uma nova habilidade para um papel?
O sotaque carioca.
7 - Quem seria o par perfeito para a Roxelle em um crossover de novelas?
Sinhozinho Malta