Melhores momentos do Oscar 2021
Oscar 2021 celebra a diversidade e bate recorde de mulheres em categorias de direção
O Oscar de ontem à noite foi a conclusão do que acabou sendo a mais longa temporada de premiações de cinema da história. O conturbado começo da pandemia, impediu filmagens, finalizações de projetos e a ida aos cinemas. Isso tudo refletiu diretamente na premiação que geralmente serve como escape da realidade trazendo para o seu público muito brilho e o glamour das estrelas de Hollywood e que este ano marcaria também o recomeço de uma vida normal.
Já com um pouco mais de flexibilidade devido ao sucesso do programa de vacinação nos EUA, a premiação pode contar com a presença de fato de todos os seus apresentadores e da maior parte de seus indicados. Prometia ser um grande sucesso de audiência e em poucas semanas já teria todos seus intervalos comerciais vendidos nos Estados Unidos. A ideia era seguir uma narrativa similar a de um filme, para incentivar que as pessoas realmente assistissem ao espetáculo e não só ao resultado de cada categoria.
Cada um dos apresentadores contribuiu com alguma de suas histórias pessoais no cinema relacionado com a de cada indicado. Os comentários dos sucessos de Regina King, das inspirações de Laura Dern, até os fracassos de Harrison Ford, que não é muito adepto a falar de nada pessoal, faziam o vínculo com os outros atores e produtores da sala. E em cada categoria buscava-se apresentar algum ponto em comum entre os indicados, que muitas vezes já haviam trabalhado juntos em outros projetos. Apesar das histórias interessantes e pessoais, o resultado ficou sem a energia e espontaneidade que estamos acostumados no Oscar.
A cerimônia longa com poucos momentos de humor e entretenimento ficou cansativa. Mas não podemos esperar muito do ano em que até Elton John foi forçado a fazer sua tradicional festa do Oscar virtualmente. Talvez seja por isso que nem mesmo Anthony Hopkins tenha ficado acordado para ver se ganharia a categoria de Melhor Ator. Esta foi, de fato, a única grande surpresa da noite, uma vez que todos esperavam que o prêmio fosse a Chadwick Boseman que faleceu em Agosto de 2020. As apostas no eterno Pantera Negra eram tantas que até mudaram a ordem da premiação, fechando o espetáculo com Melhor Ator ao invés de Melhor Filme.
Independentemente do sucesso da cerimônia de premiação e surpresas, uma coisa não se pode negar, os resultados foram históricos. Foi um Oscar que celebra a diversidade. Este ano tivemos o recorde de mulheres em categorias de direção, indicados das mais variadas etnias. Chloé Zhao é eternizada como a segunda mulher a receber o prêmio de Melhor Direção em mais de 90 anos, e é também a primeira pessoa de origem asiática a receber o prêmio. Seu filme Nomadland, foi o grande vencedor da noite com as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Atriz para Frances McDorman. Eram tantos Oscars em mãos que as duas até confundiam as estatuetas antes de ir embora. Frances teve que interromper a coletiva de Chloé para pegar o seu prêmio e dar à diretora o dela. Mas apesar do reconhecimento da indústria, Nomadland não teve ainda sucesso de bilheteria. Quem sabe agora com o prêmio em mãos?
Por outro lado, alguns dos maiores sucessos de audiência foram menos premiados, como o caso de Mank que levou apenas os prêmios técnicos de fotografia e montagem. Judas and The Black Messiah levou de melhor Ator Coadjuvante, deixando Daniel Kaluuya totalmente sem filtro ao falar da vida sexual de seus pais na hora do discurso. Na sala de imprensa, o ator britânico falou ter aprendido muito com a produção e história do filme e ainda brincou sobre sua fala dizendo “sejamos sinceros, todos nós só estamos aqui porque nossos pais transaram”.
A atriz sul-coreana Yuh-Jung Youn levou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante e de melhor pessoa da premiação - ok, esse prêmio não existe, mas teria sido para ela. Extremamente humilde, comentou com a imprensa que não espera ter uma carreira nos Estados Unidos, pois seu inglês tem muito sotaque. Seu filme Minari: Em Busca da Felicidade foi produzido por Brad Pitt. A atriz apenas conheceu o produtor do filme durante o Oscar e quando foi perguntada qual era o cheirinho dele, ela prontamente respondeu bem humorada “não sei, não sou cachorro”. Obviamente a pergunta é algo super americano e a reação nada mais foi que um choque cultural.
Emerald Fennell ganhou os corações da indústria e dos fãs pela graça e bom humor ao receber o prêmio de Melhor Roteiro Original por Bela Vingança. Já Glenn Close mostrou que não precisa ganhar o Oscar para roubar a cena. A atriz já foi indicada ao prêmio oito vezes e nunca levou a estatueta para casa. Este ano, mesmo após perder na sua categoria mais uma vez, deu um show de espírito esportivo e entrou na brincadeira do músico Questlove, cantando e rebolando ao hit “Da Butt”. Pode ser que seja uma honra, mas não basta apenas ser indicada, tem que participar.
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