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Renata Gaspar: “acabei virando o alvo e não foi fácil”

Renata Gaspar vive a ‘Mara’ em ‘Terra e Paixão’, uma personagem passando pela descoberta sexual. A atriz conversou com a L’Officiel Brasil e falou sobre seu importante papel, carreira, autocuidado e muito mais!

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Foto: Carmen Campos

Renata Gaspar se autointitula como “Alegre, calma e criança”. A atriz, que tem conquistado o seu espaço na TV Globo, traz para as telinhas a densidade de histórias dolorosas e profundas, muito distantes da “leveza do ser”. Como ‘Stephany’, em “Um Lugar ao Sol”, Renata viveu uma mulher vítima de feminicídio, crime bastante recorrente no Brasil. Hoje, dando vida à ‘Mara’ em “Terra e Paixão”, a atriz também traduz em sua personagem o processo de lidar com um relacionamento abusivo e passar pela autodescoberta sexual. 

 

Segundo a atriz, que além de tudo é comediante e tem um podcast chamado “Se demorar a gente espera”, a autodescoberta de sua atual personagem a fez olhar com mais sinceridade para a “não aceitação” de si mesma. Entre autorreflexões, brincadeiras, danças e dicas de beleza, confira a entrevista exclusiva de Renata Gaspar para a L’Officiel Brasil:

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Renata, você já viveu a Stephany na televisão, vítima de um feminicídio na novela “Um lugar ao sol”. E hoje, como Mara em “Terra e Paixão”, também vive uma personagem que enfrenta um relacionamento abusivo. Para você, qual a importância de ter sido escolhida para trazer à tona em rede aberta, um problema tão comum, mas tão delicado na sociedade brasileira?

RG: Quando a gente faz papéis que tem uma função social envolvida sempre acho que precisa ter uma atenção a mais, uma pesquisa mais aprofundada, um cuidado com as escolhas pois estamos contando uma realidade que infelizmente é mais que urgente no Brasil e mulheres estão vivendo esse tipo de violência a cada minuto. Fico feliz por dar vida a Stephany e Mara que aliás são particularmente mulheres fortes e que não há arquétipos óbvios de mulheres nessa situação, a mulher que você mais admira no seu trabalho pode ser a que sofra algum abuso em casa. Considerar essa realidade e abrir discussões sobre o assunto é muito importante. 

 

Na vida real, assim como a Mara, você também vive um relacionamento homoafetivo, certo? Existe alguma lição que trouxe da vida real para as telinhas ou vice-versa? 

RG: Acho que compreendi melhor uma mentalidade conservadora e suas contradições. Eu nasci numa família assim e tive que lidar na época com a minha própria homofobia e acabei virando o alvo e não foi fácil, foi dolorido. Mas fui aprendendo e abrindo a mente e me amando e compreendendo melhor o mundo fora daquela caixa de padrões que aprendi. Acho que estou assistindo a Mara nesse processo também, com outras camadas, outros valores ainda, talvez os dela não mude tanto assim, mas ela me deu a oportunidade de olhar com mais sinceridade para essa não aceitação de si mesmo. 

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Além das novelas, você também aposta em seu podcast “Se demorar a gente espera”, que é movido pela comédia. Como surgiu esse seu lado mais brincalhão?

RG: Eu sou bem brincalhona na vida mesmo, sinto que esse podcast é como se fosse um encontro na nossa sala pra gente falar o que pensa e se divertir. Eu e Mayara Constantino criamos esse podcast pra falar do universo que nós atores vivemos e sobre querer entender as outras funções dos profissionais que trabalham ao nosso redor. Precisa ser leve pra gente tirar sarro de nós mesmos, ator se leva a sério demais. 

 

E como o seu desejo de ser atriz surgiu? 

RG: A verdade é que meu desejo de ser atriz surgiu porque sempre tive um encantamento com as pessoas, os tipos, os arquétipos todos. Sempre amei observá-los e imitá-los, uma fascinação e amor em como as pessoas escolhem ser quem elas dizem que são, como se mexem. Acho tudo tão bonito. Por conta disso acho que virei uma cientista do assunto, mais observo e quero entender do que opinar. Depois que entendi que atuar era exatamente isso.

 

Entre a Renata comediante e a Renata atriz, qual você prefere?

RG: Amo as duas. Não vejo muita diferença entre elas, na verdade. Acho que levo seriedade e leveza pra ambas. 

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Já vivenciou algum episódio de preconceito em sua carreira?

RG: Acho que tive episódios por não ser muito compreendida por alguns homens em sala de roteiro, mas preconceito mesmo acho que não vivi. 

 

Sobre beleza: você tem alguma rotina de cuidados? Compartilha um segredinho com a gente!

RG: Eu sou super cuidadosa com pele e cabelo então sim faço meu skincare de manhã e noite e sempre estou a procura do melhor produto pro cabelo. Mas acho que uma dica de ouro foi que há uns meses atrás comprei uma garrafinha com canudo e comecei a beber muito mais água porque descobri que temos muito mais facilidade com sucção, e fez uma diferença tremenda na minha vida. Indico muito! 

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E o que gosta de fazer para relaxar a mente e o corpo?

RG: Eu danço sempre que posso. Até na esteira correndo fico dançando. A dança as vezes vem com outra cara, as vezes é só uma conexão que preciso fazer com o corpo e deixo ele responder a estímulos, normalmente ao que estou sentindo naquele momento. O que me relaxa também é contato com as coisas ou pessoas, escutar, me interessar e isso me vitaliza e relaxa demais. 

 

Último livro que leu e amou:

Torto Arado. Demorei pra ler porque tenho mania de ler uns três ao mesmo tempo, e deixei ele de lado um pouco, mas acabei de terminar. Esse livro é um presente! 

 

Três palavras para se definir:

Alegre, calma e criança.

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Foto: Carmen Campos
Make: Yanthi Brignol
Styling: Yuri Horsth

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