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Tati Machado estreia no “Saia Justa”, veja a entrevista à L'Officiel

Tati Machado conta da vez que desistiu da carreira artística, bastidores do Dança dos Famosos e fala sobre sua jornada de autoestima com seu corpo.

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Foto: GLIN+MIRA; Make e Hair: Ju Coelho; Styling: Ana Carolina Ferraz

Tati Machado é atualmente um dos nomes mais queridos da TV brasileira. Formada em jornalismo, a carioca saiu dos bastidores e transformou o seu carisma em um grande sucesso. Hoje, Tati integra o elenco fixo do “Encontro com Patrícia Poeta”e “Mais Você".

O que poucos sabem, é que a carioca já esteve na televisão quando criança, no programa infantil “Gente Inocente”, e depois fez a peça de teatro “Os Saltimbancos”, até parar - momentaneamente - a carreira artística. Em seu retorno à TV, foi produtora dos jornais do SBT, quando um ano depois retornou à Globo como estagiária. Após quatro anos na emissora, Tati se coloca novamente de frente às câmeras para gravar os boletins das mídias sociais do Big Brother Brasil. A partir disso, sua vida muda completamente.

Em 2024, a apresentadora já participou do “The Masked Singer”, em que ficou em sexto lugar na competição e, em seguida, fez um participação estrondosa na “Dança dos Famosos”, sendo a campeã da última edição. Pronta para alcançar voos maiores, nesta quarta-feira (7), Tati estreia na nova temporada do programa “Saia Justa”, no GNT,  ao lado de Eliana, Bela Gil e Rita Batista. Em seu retorno de férias, a apresentadora conversou com a L’Officiel sobre a sua jornada meteórica na televisão e as expectativas para seus novos desafios. Confira:

L’OFFICIEL: Como foram seus primeiros passos na televisão?

Tati: Eu fiz teatro profissional desde os meus seis anos de idade. Uma vez, um olheiro foi no meu curso de teatro e me chamou para participar do “Gente Inocente”, que era o Programa do Marcio Garcia. Eu comecei a participar sempre, fazia participações em homenagens para os famosos. Eu me lembro muito do Miguel Falabella, a gente fez uma homenagem para ele de Noviça Rebelde, que era uma obra que ele gostava muito. E aí, a gente dançava e cantava. Então, eu fiz muitas coisas, até um peixe palhaço eu fui no “Gente Inocente”.

Foto: GLIN+MIRA; Make e Hair: Ju Coelho; Styling: Ana Carolina Ferraz

L: O que fez você sentir que era hora de dar uma pausa na sua carreira artística quando era mais jovem?

T: Eu ia para os Estúdios Globo desde muito pequena, então, quando eu tinha, ali, quatorze anos, eu virei e desisti de fazer porque era muito cansativo. Eu trabalhava nos finais de semana,  já era pré adolescente e sentia falta de sair com meus amigos. Quando as minhas amigas iam viajar, eu nunca podia. De alguma maneira, eu falei: “ah, eu acho que eu não quero mais fazer isso”. E aí, eu parei, assim, do nada mesmo. Eu passei uma vida inteira me arrependendo de ter feito isso, porque eu sempre gostei. 

L: Como você vê a conexão entre a sua trajetória artística durante a infância e o retorno a esse universo?

T: O mundo da atuação é engraçado porque, hoje, quando eu vejo a minha vida, a todo momento eu estava dançando. No “Gente Inocente”, além de atuar, eu também dançava. No espetáculo que eu fiz a minha infância e adolescência inteira, eu dançava e cantava. E quando você pensa em 2024 e, em tudo o que está acontecendo na minha vida, esse ano eu participei do “The Masked Singer” e “Dança dos Famosos”, que são literalmente as duas coisas que eu fazia na infância e que loucura.

L: Durante o 'Dança dos Famosos', você compartilhou nas redes sociais, um episódio em que uma roupa curta te deixou desconfortável. Como foi a experiência de enfrentar esse desconforto e o que isso significou para você?"

T: Foi na apresentação de reggaeton, na segunda semana do Dança dos Famosos. Quando vi o look, pensei: "Meu pai amado". Era uma hotpant e uma jaquetinha que não cobria o bumbum. Eu brinco que meu bumbum "tem fome", ele quer a calcinha lá dentro (risos). Pensei: "Será que tô preparada pra isso?". Além disso, tinha um decote grande e, se você olhar minhas fotos, é difícil eu usar decote, eu não me sinto tão confortável com decotão. Você precisa se sentir segura com a coreografia, e quando vi o figurino, pensei: "Como vou me sentir segura com isso e no geral?". Mas aí, Igor, eu pensei muito sobre as pessoas que  seriam impactadas com isso. No final das contas, decidi usar aquele figurino porque sabia que as pessoas iriam me ver e se inspirar em mim. Muitas vezes, sentimos vergonha dos nossos corpos, mas nossos corpos são únicos, lindos e contam nossa história. Eles representam quem somos no mundo, e somos muito mais do que a primeira impressão, muito mais do que o reflexo no espelho.

No final das contas, eu impactei as pessoas e, mais importante, também tive um impacto significativo em mim mesma. O “Dança dos Famosos” me fez aceitar mais meu corpo. Lá na segunda semana, aceitar esse desafio me deu a confiança para usar um decote enorme no samba, que parecia que eu estava sem calcinha na lateral. Essa experiência teve um grande impacto na minha liberdade corporal e na consciência do meu corpo. Faria tudo de novo.

Foto: GLIN+MIRA; Make e Hair: Ju Coelho; Styling: Ana Carolina Ferraz

L: Como é a sua relação com a moda?

T: Eu amo! Mas se você fizesse essa pergunta há alguns anos, eu ia te responder que eu amo moda, entretanto, se você abrisse o meu armário só ia ter roupa preta, tudo muito básico, porque eu me anulei em um determinado momento quando eu fui me tornando uma mulher gorda, sabe? Eu não fui uma criança ou adolescente gorda, eu me tornei na vida adulta, justamente naquele momento onde você está se entendendo como adulto. Eu tinha dezenove anos quando me anulei, deixei meu gosto por moda de lado e, só fiquei consumindo moda, mas não sem colocar ela em prática de alguma maneira. Eu me escondia das pessoas e, acho que me escondia de mim também, eu não queria muito ver o meu corpo mesmo.



 

L: Como você resgatou a sua autoestima e uma relação positiva com a moda?

T: Ter entrado nesse universo da televisão me deu oportunidades que até mesmo financeiramente eu não teria, sabe? De ter acesso às roupas que eu não teria, de chegar dentro de um camarim, ter uma arara toda pensada para você e poder experimentar roupas diferentes ou ousar em cores. E eu acho que esse é o momento: quando eu entro na televisão, começo a viver isso e resgato essa menina que ama moda. Minha mãe sempre gostou de moda, minha mãe sempre foi estilosa, sabe? Eu me lembro pequena, pegando as roupas da minha mãe e adaptando pro meu estilo com coisas ousadas, sabe? Eu botava umas saionas, completamente diferente das minhas amigas, mas porque eu gostava, sabe? Eu botava salto alto e fazia de tudo. Eu sempre gostei muito de moda.

L: Qual a sua expectativa agora sobre o Saia Justa? Quais pautas a Tati quer levar para o sofá?

T: Ah, é a maior do mundo! Estou muito feliz com a oportunidade. As pessoas falavam muito: "Nossa, Tati, eu quero um dia ver você como apresentadora de um programa". E esse momento chegou, tá incrível, tá realmente incrível, Igor. Nós quatro buscamos colocar esse programa no ar, debater assuntos importantes de maneira mais leve, onde podemos ser vulneráveis, onde podemos não ter razão em tudo e tá tudo bem. Nós quatro estamos muito sintonizados, muito mesmo. Confesso pra você que superou minhas expectativas. Já achei que ia ser muito legal, mas eu me conectei com as pessoas mais do que eu esperava. Nós quatro estamos muito alinhadas nesse sentido.Está sendo muito gostoso, é um momento muito especial pra mim, porque sinto uma confiança muito grande no meu trabalho. Esse é um programa que tem uma trajetória, uma história muito importante. Já passaram mulheres incríveis nesse sofá, e saber que vou fazer parte dele, de alguma maneira, me deixa muito feliz, honrada e pronta pra mostrar o melhor de mim.

 

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