Câncer de mama e inteligência artificial: entenda a relação
O câncer de mama atinge milhares de mulheres ao redor do mundo e a inteligência artificial é uma importante aliada no diagnóstico precoce da doença
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres. Atuamente, ele responde por aproximadamente 28% dos casos novos de câncer e é mais frequente a partir dos 50 anos de idade.
A principal prevenção do câncer de mama – também chamada de prevenção primária – está baseada no controle de fatores de risco, como a obesidade, o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool, e no estímulo aos fatores protetores, por meio da alimentação saudável, da atividade física e da amamentação. Já a prevenção secundária consiste no exame de mamografia.
Segundo o Dr. Heverton Amorim, mastologista e membro da Comissão de Imagem Mamária da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o diagnóstico precoce através da mamografia permite detectar tumores em estágio inicial e oferecer a possibilidade de tratamentos menos agressivos, minimizando os danos psicológicos à mulher.
Nesse processo, a inteligência artificial se tornou uma grande aliada e já está presente nos hospitais ao redor do país. "A IA já está presente no diagnóstico do câncer de mama e atua como auxiliar na leitura dos exames", diz o médico.
De acordo com um modelo de aprendizagem profunda, criado por um grupo de cientistas do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação (CSAIL) do MIT e do Hospital Geral de Massachusetts (MGH), foi possível prever, a partir de exames de mamografia, se a paciente tem chances de desenvolver câncer de mama nos próximos 5 anos.
Já no Brasil, cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram algoritmos para interpretar exames de sangue de rotina e ajudar a otimizar a fila para a mamografia nos hospitais.
A inteligência artificial torna o processo de diagnóstico mais eficiente, ao mesmo tempo que ainda exige a atuação do médico mastologista no encaminhamento para a biopsia e devido tratamento.
"O mastologista ocupa um papel de destaque na deteção do câncer de mama, já que a IA pode gerar uma quantidade muito grande de falsos positivos, gerando mais ansiedade para as mulheres de forma desnecessária", pontua Heverton.
De qualquer forma, é importante que todas as mulheres fiquem atentas a qualquer alteração suspeita e realizem a prevenção frequentemente. A orientação do Ministério da Saúde é realizar o exame a cada dois anos.
Para mulheres mais jovens, recomenda-se a observação e a autopalpação das mamas. Caso haja o aparecimento de algum nódulo, edema cutâneo, retração cutânea, dor, inversão do mamilo, descamação ou secreção papilar, procurar um médico.