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Dormir faz bem para os rins, entenda essa relação

Descubra os problemas renais que podem ser evitados com o hábito de dormir bem

Foto: Reprodução/ Instagram @maralafontan
Foto: Reprodução/ Instagram @maralafontan

Já não é novidade a importância de uma boa noite de sono, não é? Mas, você sabia da forte ligação entre o dormir bem e a saúde dos rins? Negligenciar o sono aumenta a probabilidade de desenvolver doenças renais. Quer entender mais sobre o assunto? Conversamos com a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

 

O impacto do dormir bem nos rins

“Pesquisas mostram que dormir poucas horas por noite leva à maior propensão a desenvolver perda da função renal. Mulheres que dormem 5 horas ou menos por noite, por exemplo, têm um aumento de 65% de chances de sofrerem rápido declínio das funções renais se comparadas àquelas que dormem 7 ou 8 horas por noite”, explica a Dra. Caroline.

“Privação do sono e os distúrbios do sono desafiam os vários sistemas do corpo a manter o equilíbrio funcional crítico chamado homeostase. Tal como acontece com a saúde de muitos outros órgãos do corpo, a saúde dos rins pode se tornar uma vítima de problemas de sono”, completa a médica.

 

A nefrologista explica que os rins são dois órgãos do corpo que trabalham muito e podem sofrer as consequências a longo prazo do sono ruim. “Mediadores inflamatórios e harmônicos simpáticos contribuem para o desenvolvimento de distúrbios que envolvem os vasos do coração e dos rins. Apneia obstrutiva do sono, distúrbios do ritmo circadiano, hipersonia (dormir muito) e insônia têm sido associados a uma série de distúrbios metabólicos” explica a Dra.

“As evidências sugerem que os distúrbios do sono afetam o desenvolvimento da doença renal, possivelmente como resultado do meio inflamatório e da ativação simpática que ocorrem no leito vascular renal, o que danifica estruturas como a membrana basal glomerular e o aparelho tubular renal, partes anatômicas importantes para a filtração do sangue”, explica a médica. “A fisiologia renal pode ser negativamente afetada pelas perturbações do sono, incluindo a restrição do sono”, completa.

 

Além de filtrarem a urina, os rins ajudam a manter a tensão arterial, colaborando com a saúde cardiovascular e com o correto funcionamento dos músculos, mantêm os ossos saudáveis e estimulam a produção de glóbulos vermelhos, enfatiza a Dra. Caroline.

“Dormir pouco pode reduzir a capacidade de os rins desempenharem estas funções no longo prazo. Indivíduos que dormem menos de 5 horas e mais de 8 horas apresentam maior risco de progressão de uma doença renal instalada. Além disso, a má qualidade do sono está associada à incidência de doença renal crônica terminal” destaca a médica. “Uma metanálise sugeriu uma associação entre curta duração do sono e proteinúria, um marcador substituto da progressão da doença renal. A hiperfiltração renal, um marcador de dano renal precoce, tem sido associada à duração do sono curta (menos de 6 horas) e longa (mais de 10 horas)”.

 

Da mesma forma, a médica revela que a disfunção renal pode afetar negativamente a qualidade e a quantidade do sono. O motivo para isso? Quando a relação entre o nível de urina produzido de noite passa a superar o nível produzido durante o dia, é o caso da noctúria, que é o caso de acordar à noite várias vezes para urinar.

“A noctúria, que é o volume urinário anormal durante a noite, pode ocorrer por várias causas, inclusive pela doença renal crônica e é capaz de perturbar a qualidade e a quantidade de sono, dificultando o repouso e o reparo que o organismo precisa durante a noite”, explica a Dra. Caroline.

 

“Neste caso, há produção de urina sempre clara, da mesma cor e com volume aumentado durante a noite. Essa informação é muito importante e corresponde à incapacidade do rim de concentrar a urina. Esse tipo de queixa é constante nos pacientes com insuficiência renal crônica e o médico só tem que comprová-la com os exames especiais para ver a capacidade funcional do rim (ureia e creatinina). O rim normal varia a cor da urina, conforme a necessidade de concentrá-la ou diluí-la. Já na doença renal crônica, a urina fica bem clarinha”, finaliza a médica.

 
 

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