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Jejum intermitente: novo estudo diz que ele não traz benefícios

Segundo estudo, dieta de jejum intermitente não apresenta diferença de resultado comparada a outros métodos de emagrecimento 

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Conhecido pela proposta de limitar horários para alimentação e passar períodos sem comer, o jejum intermitente é uma prática que ficou famosa por conquistar celebridades que precisam emagrecer de forma rápida para assumir papéis em filmes, séries, novelas e peças de teatro. Agora, segundo um estudo da revista científica New England Journal of Medicine, publicado nesta quinta-feira (22), o método é considerado ineficaz para o emagrecimento.

Segundo os pesquisadores do  departamento de endocrinologia e metabolismo da Universidade Médica do Sul, na China, um “um regime de alimentação com restrição de tempo não foi mais benéfico em relação à redução do peso corporal, gordura corporal ou fatores de risco metabólicos do que a restrição calórica diária”. 

Para chegar ao resultado, cerca de 139 pessoas com obesidade foram analisadas por um período de um ano. Dividido em dois grupos, ambos precisaram adotar uma dieta com restrição calórica. No processo, metade realizava o jejum intermitente, onde comiam apenas no período das 8h às 16h, permanecendo 16 horas sem se alimentar. Os demais, não tinham limitação de horário. 

Já em relação à carga calórica, as mulheres podiam consumir  entre 1.200 a 1.500 calorias por dia e os homens, de 1.500 a 1.800 calorias. Após o período de 12 meses, os pesquisadores concluíram que o grupo que passou o jejum intermitente perdeu em média 8kg, enquanto aqueles que se alimentaram sem restrição perderam 6,3kg. Com isso, a diferença de 1,7kg de redução de peso, entre os dois grupos, foi considerada "não significativa" por conta do período avaliado. 

 

Outro destaque, que também valida o resultado, são as análises das circunferências da cintura, IMC, gordura corporal, massa magra corporal, pressão arterial e fatores de risco metabólicos constaram “consistentes com os resultados do desfecho primário (perda de peso)”. Ou seja, todos os resultados foram parecidos entre os participantes, não havendo grandes diferenças entre o jejum intermitente e a limitação de horário. 

De acordo com o jornal O Globo, este não foi o primeiro estudo a relativizar os supostos benefícios da dieta de jejum intermitente. Um trabalho publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, em 2020, também indicou resultados parecidos ao do New England Journal of Medicine. 

Na época, os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, dividiram 116 participantes em dois grupos. Um que se alimentava apenas de 12h a 20h e outro que realizava três refeições por dia. A avaliação durou cerca de três meses e chegou a uma diferença de apenas 0,26kg na redução de peso. 

“A alimentação com restrição de tempo, na ausência de outras intervenções, não é mais eficaz na perda de peso do que comer ao longo do dia”, afirmaram os cientistas.

 
 
 

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