Cultura

Giselle & Michelle Batista no espelho: confira um papo sincero com as gêmeas

Irmãs e atrizes batem um papo sincero com a L'Officiel sobre beleza, relacionamento e comparações
Giselle & Michelle Batista
Giselle & Michelle Batista

Ter irmãos é viver uma troca rica e intensa - nas alegrias e nos desentendimentos. Mas e ter um irmão gêmeo? Conversamos com as atrizes Giselle e Michelle Batista para entender um pouco sobre o lado bom e o lado não tão delicado dessa parceria para a vida que é cheia de singularidades.

 

L’Officiel - Se vocês pudessem “trocar de papéis” por um dia, como seria?

Giselle - Decoraria melhor o meu quarto. Michelle tem ótimas sacadas para dar beleza nas coisas.  Sou boa nisso também, mas ela tem um jeitinho especial de combinar roupa de cama. Coisa de taurinas. A casa é super importante e tem que ser agradável ao olhar. Ela tá me devendo isso pra depois da quarentena. 

 

Michelle - Se eu fosse a Giselle por um dia eu juntaria todas as amigas dela pra assistí-la descabelada tocando Belchior no violão, com um pijama velho. É uma coisa que ela faz lindamente, mas não chama ninguém porque morre de vergonha. Eu traria uma plateia. 

 

L’Officiel - Uma transformação de beleza que fez e que não deu certo/se arrependeu?

Giselle - Quando a gente era bem jovem fizemos uma dessas escovas definitivas e me arrependi amargamente! Na época só se exaltava aquele cabelo super liso e sem volume e, como toda adolescente insegura, a gente quis se encaixar. Estragou muito o cabelo. Foram anos pra sair a tal escova. Nosso cabelo é ondulado, tem bastante volume e movimento. Demorei muito tempo pra aprender a usar. Hoje amo a minha juba. 

 

Michelle - Acabo mudando muito o cabelo para personagens e, mesmo quando não é muito a minha cara, eu não me arrependo. Acho divertido mudar. A única coisa que fiz uma vez quando adolescente e jamais faria novamente é escova progressiva. Prefiro cabelos com texturas reais que alisados, se quiser variar faço uma escova e pronto.

Giselle & Michelle Batista
Michelle e Giselle Batista (Foto: Jairo Goldflus / Make: Rafael Guapiano / Stylist: Tica Bertani)

L’Officiel - Tem alguma coisa que a outra faz que irrita?

Giselle - Sempre tem. Odeio quando ela dá descarga sem abaixar a tampa da privada. Meu banheiro é bem pequeno e quase posso ver as bactérias voando (risos). Na minha imaginação as vejo. Ela até sabe disso, quando ela esquece eu grito: a tampa!

 

Michelle - A gente mora junto, então as coisas que me irritam são grandes bobagens, como deixar os sapatos espalhados na sala, ou botar um pano de prato cobrindo uma tigela, dentro da geladeira.

 

L’Officiel - O que te incomoda nessa realidade gêmea?

Giselle - A pior parte é quando as pessoas não respeitam ou não enxergam a sua individualidade. Costumo dizer que nós (os gêmeos) não nascemos com individualidade. É uma coisa que a gente vai conquistando ao longo da vida, por isso é tão importante para mim. É muito comum olharem pra dupla como se fosse uma coisa só. A Michelle é a pessoa mais importante pra mim; por isso olho, respeito e a amo do jeitinho que ela é. 

 

Michelle - Comparações de maneira geral. Quando alguém me elogia me comparando a ela. Tipo: “você é mais inteligente ou mais bonita que sua irmã”. Há uma comparação natural entre irmãs, mas entre gêmeas isso é bem mais forte. 

 

L’Officiel - Existe um “fetiche” tantas vezes sexista envolvendo a figura de irmãs gêmeas. Como vocês lidam com isso? Consideram machismo?

Giselle - Fetiche é um campo muito amplo. Tem coisas inimagináveis. Cada um possui sua peculiaridade. O ser humano é sempre um universo a ser explorado. Mas com gêmeas é bem comum. A forma como eu lido com isso é bem franca, no sentido que aqui não vai rolar. Uma vez posicionada, qualquer insistência vou considerar machista sim. 

 

Michelle - Fetiche é algo muito particular, mas a gente tem que ter o discernimento de reconhecer o que nos fere. E isso inevitavelmente vai variar a cada mulher, dependendo das suas experiências pessoais. Nesse caso meu posicionamento é claro: aqui não rola. Um momento ou outro todos nós, seja homens ou mulheres, caímos em situações machistas. É importante ter o olhar atento e interessado em mudanças.

 

L’Officiel - Tem algum personagem ou trabalho que uma pegou e a outra pensou - puxa, é mais a minha cara isso aí?

Giselle - Sabe que não? A vida é tão generosa com a gente que tudo foi se encaixando da melhor maneira possível. Onde alguém imaginaria duas gêmeas univitelinas, atrizes e que trabalham super bem sozinhas? O comum seria pensar que o mercado só teria lugar pra uma das duas. Mas a vida está aí provando que não. Cada uma tem seu espaço conquistado com muito empenho, trabalho e estudo. E ainda podemos, em momentos pontuais, trabalhar juntas. 

 

Michelle - Já aconteceu muito com casting. De sermos chamadas para um mesmo teste e eu saber que aquela determinada personagem é a cara da Giselle. Como hoje as pessoas do meio conhecem a gente melhor, muitas vezes o teste já vem direcionado para uma das duas, especificamente. Isso é muito bom. 

Giselle & Michelle Batista
Michelle e Giselle Batista (Foto: Jairo Goldflus)

L’Officiel - Quando você faz o papel da gêmea boa na relação?

Giselle - Quando eu organizo todo o armário dela por escala cromática, o que é mega difícil porque ela tem muita estampa. Ou quando ela chega do trabalho e já tenho um super jantar pronto. Ou quando faço a aula preferida dela na academia e que quase morro no meio, mas sei que ela ama. Também quando durmo de conchinha no quarto dela, mesmo sabendo que eu é que vou dormir na direção do vento do condicionador de ar. 

 

Michelle - Esse imaginário da gêmea boa e da gêmea má, herança das nossas novelas, é muito engraçado. Toda gêmea é perguntada se é a Ruth ou a Raquel. Mas a verdade é que, felizmente, o ser humano é bem mais complexo que isso e temos os dois lados sempre. Nenhuma pessoa é só boa ou só má. Eu me sinto a gêmea boa sempre que eu defendo a minha irmã quando alguém fala mal dela, sempre que eu cuido dela quando ela está doente ou precisando de mim. Quando sou a companheira que ela merece ter. 

 

L’Officiel - E quando assume o papel da gêmea má na relação familiar?

Giselle - Quando piso de chinelo no tapetinho do banheiro dela por pura preguiça. Quando ela viaja e não molho as plantinhas dela, por descuido. Quando brigo por ela estar calçando meu chinelo predileto, mas eu tenho muitos outros e aquele não me faria falta. Quando discuto por bobagem - um clássico de irmãs. Quando falo sem pensar. 

 

Michelle - Me sinto a gêmea má quando brigo por bobagens, ou quando por algum motivo sinto raiva e falo coisas que não deveriam ser ditas com o simples intuito de provocar. Excesso de intimidade é maravilhoso, mas temos que ponderar as palavras.

Giselle & Michelle Batista
Michelle e Giselle Batista (Foto: Jairo Goldflus)
 
 
 
 

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