Carolina Herrera celebra 40 anos com coleção de Verão 22 na NYFW
Em entrevistas durante a quarentena, o diretor-criativo da Carolina Herrera, Wes Gordon, frequentemente pontuou suas saudades de fazer um desfile presencial. Para o show de hoje, na programação da NYFW, o sentimento não mudou: “quero que seja uma celebração”. Não à toa, afinal em 2021 a marca fundada pela estilista venezuelana comemora 40 anos de existência. Por um desses acasos do destino, meses atrás o designer recebeu um presente inesperado de uma desconhecida que o contactou via Instagram: um scrapbook de recortes com todos detalhes do desfile de verão 1983, coletadas por um ex-funcionário de Herrera, com direito a fotos e amostras de tecidos da época. O livro foi um match perfeito para sua coleção celebratória que, como não poderia deixar de ser, traz à tona muitos dos códigos criados pela estilista.
Apesar de ter seus momentos de festa, mezzo drama mezzo chic, Gordon entregou um verão que olha mais para o dia a dia — ou, como ele gosta de dizer, como as mulheres deveriam se vestir para si e não para as redes sociais. Combinadas com stilettos e acessórios máxi, a mão do estilista acerta bem nas releituras das mangas imensas de casacos e camisas, os jumpsuits elegantes e as novas versões dos polka dots e dos xadrezes (que já estavam ali no scrapbook dos anos 1980, mas agora ganham a sobreposição de paetês). Outro caminho é seu continuado esforço de rejuvenescer o público da marca, mirando numa garota que talvez não tenha um ball para grandes vestidos mas tem ali opções mais curtas e conjuntos com bustiês para um rolê em tempos acalorados.