Casa de Criadores: confira os highlights do terceiro dia

A terceira noite de Casa de Criadores foi muito dedicada a processos individuais de quem ocupou a passarela. A Reptilia seguiu exercitando seus ideias de desperdício zero com certa homenagem às tecelagens brasileiras. Para além das suas peças de modelagem característica, com golas máxi, mangas importantes e puxadores esportivos que se ajustam ao corpo, Heloisa Strobel resgatou uma série de tecidos de coleções anteriores para um trabalho de colagens e texturas em camadas - incluindo sobras de cortes de cavas, que dão forma às ondas sobrepostas, e detalhes em tapeçaria por @raphael_dias que extrapolam nos acessórios by @carlospenna.design. Felipe Fanaia, sempre disposto a shows de passarela, não quis contar histórias: com coleção em parceria com a @ums458, ambos criadores construíram o que deu na telha, cada um no seu ateliê, fabricando o encontro às cegas na hora de montar os looks. O resultado é um sem fim de referências e possibilidades para o público masculino (ou não) de ambos, do caubói ao cyberpunk, com destaque para os bons tricôs e os casacos esportivos e puffer. Mais internalizado, Alexandre dos Anjos é artista visual e fez seu primeiro desfile trazendo muito da sua pintura com as roupas como suporte - nublando as barreiras entre moda e arte. Afirmando-se afrofuturista, Alexandre se utiliza das simbologias da diáspora negra (e aqui, do mundo da música) para seus paramentos -- e com bom olho para estamparia, seja a feita à mão, que usa o tecido como tela em branco, ou a digital. Outra estreia interessante foi de Sillas Filgueira, estilista baiana com mais de vinte anos de estrada. Silla conta que das memórias dos tapetes feitos com retalhos pela sua mãe vieram os tons da coleção -- feminina, comercial e com bossa, com direito a bons tweeds e um ótimo trabalho artesanal no fazer de crochês e rendarias.