Dior se inspira em Frida Kahlo para coleção Cruise 2024
Desfilada na Cidade do México, Dior traz referências e inspirações da vida da artista mexicana para sua coleção Cruise 2023/24. Confira todos os looks!
Escolha da vez para receber seu desfile da coleção cruise, o México não é novidade na história da Dior. Há quase meio século, em 1954, o país já recebeu um show da maison — mais recentemente, em 2018, Maria Grazia Chiuri colocou amazonas mexicanas com seus cavalos no roteiro de uma das suas apresentações mais icônicas.
Na noite do sábado (20), a estilista ocupou os jardins do Antiguo Colegio de San Ildefonso, na Cidade do México, para sedimentar sua conexão com a cultura local. A vida de Frida Kahlo, como era de se esperar, norteou boa parte dessa troca — foi ali, inclusive, que a artista mexicana conheceu Diego Rivera, sua paixão eterna.
Um grupo de mulheres mariachis deu o tom na recepção dos convidados do desfile, que se baseou na beleza da fragilidade para mesclar os códigos da Dior de Maria Grazia com as culturas mexicanas. Ela se baseou imenso na iconografia e simbolismo das borboletas (e mariposas, por acompanhamento), que aparece tanto nas artes clássicas europeias quanto — fortemente — no trabalho de Frida. Para a mexicana, elas eram símbolo de liberdade e possibilidades; especialmente linkadas com os problemas físicos que limitaram seus movimentos e são retratados fortemente no seu trabalho.
Na coleção, elas aparecem revistas em acessórios, jacquards e bordados que remetem às artesanias mexicanas. Os clássicos ternos dos cantantes mariachis são relidos e até mesmo remixados ao Bar de Dior, enquanto saias rodadas tijuanas ganham um certo twist francês. A influência imensa de Kahlo, que já ousava na sua época ao vestir roupas especialmente masculinas, dá assunto especial às alfaiatarias; enquanto um vestido rosa transparente faz referência a um de seus autorretratos mais preciosos. Ao final, vinte vestidos em toile branco dos arquivos da casa ocuparam o espaço com bordados em vermelho feitos por um grupo de mulheres mexicanas como parte da performance “A corazón abierto”, da artista feminista Elina Chauvet.