Lenny Niemeyer: uma moda simbólica e simbiótica

Apesar de ter seu olhar forte no beachwear, não é raro que Lenny Niemeyer transicione suas coleções em imaginários que vão além da areia — ou do barco atracado no deck. Sua moda, seja praia ou nem tanto, desta vez mira a relação simbólica e simbiótica que temos (ou deveríamos ter) com os aspectos da natureza, dos insetos aos potentes igarapés. Um grande pensamento ao redor do mote “é de onde viemos” guia a coleção de verão, desfilada nesta segunda-feira, felizmente indo para longe da mera estamparia de flores e folhagens. O mundo natural de Lenny busca exuberância especialmente nas texturas — seja nos couros de pirarucu, nas madeiras revistas por dentro ou nos insetos multicoloridos, que dão vazão a um certo futurismo de mil tons metálicos. Para as mais tradicionalistas, vá lá, há aqui e ali um animal print ofídico. Entre cangas amarradas, paletós vaporosos e calças amplas, os maiôs e bodies caminham ao lado dos biquínis com tops importantes (de ombro só ou com golas fechadas). O impacto do show fica por conta dos vimes retrançados e da marchetaria preciosa que recobre vestidos — mas especialmente no metal durado que é usado para construir tops e alças das partes de cima dos biquínis. Prontos para (literalmente) brilhar ao sol.