PFW: ANREALAGE olha para o futuro das roupas neste inverno

Uma tela preta como um espaço de infinitas possibilidades. Esse foi o conceito que permeou toda a coleção da ANREALAGE, marca comandada pelo designer japonês Kunihiko Morinaga. A interseção de moda e tecnologia é seu forte, a brincadeira com luzes e cores, uma paixão. Nesta temporada parisiense de desfiles, ele buscou um cenário sagrado: a Catedral Americana na chique avenida George V, que forma o Triângulo de Ouro da alta-costura junto com as avenidas Montaigne e Champs-Élysées. 

Foi em território sagrado que Kunihiko lançou mais um olhar para o futuro das roupas. Agora, como elas podem ser, literalmente, um veículo de transmissor de mensagens mudando cores, padrões e desenhos gráficos. Chamadas pelo criativo de roupas Screen, suas vestimentas sugerem que é possível mudar de aparência de acordo com o humor do usuário. O meio de expressão são painéis de LED que cobrem toda a peça e permitem que surjam desenhos em movimento em cores RGB. 

Modeladas geometricamente, suas criações abriram o desfile evocando avatares em blocos de padrões de luz projetados no tecido reproduzidos à mão em tramas coloridas e patchworks, bem como estampas criadas com Forearth, uma impressora têxtil sustentável desenvolvida pela Kyocera, sua parceira tecnológica há algumas temporadas. Sapatos feito blocos quadrados, impressos em 3D em um material PU de base biológica, completam os looks.

Na sequência, um look intermediário reproduziu um vitral meticulosamente feito à mão a partir de 10.000 pequenos retalhos de tecido colorido, que foi posicionado ao lado de seu sósia de veludo preto, que se iluminava com um padrão de vitral vívido ecoando as janelas de rosas luminosas da catedral, passando de uma beleza estática para uma fluida. Esse momento abriu espaço para o grande momento do show, com looks que ascendem e fazem os desenhos se alternarem ao ritmo da trilha sonora personalizada elaborada por Thomas Bangalter. É roupa meticulosa com tempero artsy-tecnológico.