SPFW N52: P. Andrade abre o primeiro dia de evento!

Primeiro show de retorno presencial do SPFW, a P. Andrade,  abre também um ponto de guinada no "one man conglomerado" de Pedro Andrade. Há dez anos à frente da Piet, favoritinha da galera do streetwear fashionista nacional, agora Pedro divide os holofotes com a parceira — de vida e de business — Paula Kweyeun Kim.

A nova empreitada aparece como uma irmã mais velha da Piet. Enquanto, por lá, o jovem esportivo chique dá o tom, na P. Andrade o mundo é mais refinado — e com uma pegada mais de olho na elegância da alfaiataria; os sinais são trocados e o sporty aparece por baixo da camada de referências. 

A trilha by Marcelo D2, com citação do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (que assina o prédio da Pinacoteca de São Paulo, cenário do show), dá o mood da coleção que olha para as influências de um Brasil de alta cultura do passado recente. Se a cartela de cores é seca e brutalista, as silhuetas são mais fluidas, com uma série de boas calças amplas e partes de cima com estamparia do artista plástico Walmor Correa.

Há uma vontade forte ali de retomar um Brasil que poderia ter sido mas foi interrompido pelas circunstâncias, não só na moda mas no geral — e que, à beira da eleições cruciais de 2022, pode pautar boa parte desse nosso retorno às passarelas. Por isso também a marca olha para o passado mas também para um futuro inteligente, utilizando-se de tecidos ultratecnológicos e sustentáveis para dar carga de interesse maior às peças.