SPFW N59: Aluf abre a temporada de moda
Aluf apresenta sua nova coleção na SPFW N59 no bairro Bom Retiro, um clássico para a indústria da moda paulistana.
“Eu sonhava e não conseguia executar”, rememorou Ana Luisa Fernandes logo antes do desfile da Aluf, que abriu oficialmente a temporada de moda na noite deste domingo. Em um estúdio no Bom Retiro (bairro clássico para a indústria da moda paulistana), Ana executou: se apresentou sob uma lona à la tenda de circo, construída com dezenas de metros de malharia.
A frase da diretora criativa, acertadamente no passado, coloca bem os caminhos que a Aluf tem trilhado. Esforçando-se para crescer em um mercado repleto de desafios, a marca é uma das poucas da sua geração que consegue manter o business acontecendo com pé forte no chão e planejamento maduro na ponta do lápis — tanto que esta coleção, mal acabou de ser desfilada, já estava disponível para venda online. Não é à toa, daí, a figura da mulher malabarista que não só abriu a apresentação mas traduz a mulher criativa e de negócios que está ralando e equilibrando seus mil pratos.
Essa memória do circo vintage não fica só nos tecidos da tenda (que, aliás, serão corretamente reaproveitados em uma coleção cápsula): o moodboard da marca veio cheio de figuras desse universo, como as arlequinas de outrora, para uma coleção de inverno sem palhaçadinhas. A tradução da estética da Aluf se mantém coerente, com seu certo romantismo prático que tem conquistado público fiel. Babados para quem gosta deles, cinturas marcadas para quem gosta delas, sobreposições de texturas nos tecidos preciosos — ora leves, ora densos —, especialmente no jogo de quadriculados feitos com bordados ou os franzidos que, aplicados, criam desenhos em vestidos e paletós. O picadeiro está mais do que aberto.