Valentino apresenta coleção all pink na Semana de Moda de Paris

O rosa pink pode significar muitas coisas na vida. É a cor das meninas (se você realmente ainda acredita nesse clichê), do amor universal, da frivolidade, de um romantismo adocicado. Também é a cor da Regina George às quartas-feiras, do vestido ícone de Marilyn Monroe ou da cena de “Cinderela em Paris”, quando a editora de moda Maggie Prescott decreta: “think pink”. Pierpaolo Piccioli aproveitou a deixa no inverno da Valentino e veio com ele: rosa aberto dos pés à cabeça.

Monocromático mesmo, inclusive na passarela e nos convites-fetiche criados com o artista plástico Douglas Copland. Mas as mulheres de Piccioli não são garotinhas inocentes (esse mundo nunca foi o dele) e retomam esse tom de rosa como símbolo de poder, liberdade, energia e um cadinho de fetiche. Não há inocência mais no mundo em 2022, afinal. O exercício de Pierpaolo é mostrar como essa cor (essencialmente batida) pode valer em todos os momentos: no daywear minimalista, na alfaiataria chique, no glam dos casacos texturizados e peludos, no menswear (meninos vestem rosa, sim), nas rendas e nas lantejoulas.

Criador safo, ainda dá um choque no paladar de quem assiste, ao colocar um bloco de looks completamente pretos depois de uma overdose de rosas, como se estivesse ajustando a sintonia fina da TV — antes de voltar ao monotema, encerrando com a aparição de uma @kristen_mcmenamy esvoaçante e cheia de si. Com um bocado de beleza no meio do noticiário brabo do mundo, Pierpaolo prova que sabe ser monotemático e monocromático sem ser monótono.