Da competição internacional à cozinha contemporânea
Uma conversa com Giovanna Grossi, a Chef brasileira que brilhou no Bocuse d’Or.
Giovanna Grossi, a chef que se tornou conhecida por ser a primeira mulher brasileira a participar de uma final do Bocuse d'Or, na França, o mais importante concurso de gastronomia para jovens profissionais do mundo, tinha apenas 24 anos na época. Essa conquista a levou a representar o Brasil na grande final em Lyon, em 2017. Giovanna também acumulou experiência em cozinhas renomadas da Europa, incluindo o Arc en Ciel e Le Taillevent, na França, Quique Dacosta, na Espanha, e Geranium, na Dinamarca – este último eleito em 2022 como o melhor restaurante do mundo pelo ranking The World’s 50 Best Restaurants. Depois de toda essa experiência, Giovana inaugura, ao lado de de sua sócia Vanessa Civierono, o restaurante Animus, que abriu suas portas no final de 2019, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Com um salão de decoração contemporânea, os clientes são recebidos com sugestões para compartilhar. O cardápio é concebido sem divisões rígidas entre entradas e pratos principais, permitindo que cada um escolha sua própria sequência e desfrute de uma jornada única pela culinária da casa. Saiba um pouco mais sobre essa chef nessa entrevista exclusiva para a L’Officiel Brasil:
Quando você descobriu a paixão pela culinária?
Sempre tive um forte vínculo com a gastronomia, já que meus pais possuíam restaurantes. No entanto, nunca imaginei que me tornaria cozinheira! Quando terminei o ensino médio, ainda não
sabia o que fazer na faculdade, e meu pai sugeriu: "faça gastronomia, é um curso de dois anos; se não gostar, pelo menos terá aprendido algo para a vida". Desde o primeiro semestre do curso, me apaixonei pelo universo da culinária.
Quem ou o que te inspira na cozinha?
O aspecto mais fascinante da culinária para mim é a capacidade de transformar momentos em memórias inesquecíveis ao redor da mesa. O que me inspira é a compreensão de que a comida desempenha um papel que vai muito além de simplesmente nutrir e saciar a fome. Ela é um elo, uma comunhão, um afeto, uma celebração. Aqui no Brasil, certamente o chef Laurent é uma grande inspiração para mim, pela sua contribuição significativa à gastronomia brasileira quando chegou ao país. Além disso, Ramus Kofoed, do Geranium, onde trabalhei por um ano, é um grande mestre do Bocuse d’Or e me ensinou muito também.
Como foi participar do Bocuse d'Or?
O Bocuse d’Or foi a experiência mais marcante da minha vida, com dois anos dedicados exclusivamente ao aprendizado e ao aprimoramento. Foi uma competição comigo mesma, um desafio em torno da culinária brasileira. Ser escolhida para representar o Brasil em um dos concursos mais importantes do mundo foi uma missão muito especial.
Qual é o maior desafio para um restaurante?
Acredito que o maior desafio para um empreendedor é gerenciar pessoas. Dentro do universo dos restaurantes, os horários são invertidos, ou seja, trabalhamos enquanto a maioria das pessoas se diverte. Portanto, encontrar indivíduos que realmente queiram trabalhar com hospitalidade genuína é um dos maiores desafios.
Você está prestes a iniciar um novo projeto. Pode nos contar mais sobre ele?
Sim, nosso "segundo filho", rsrs. Tínhamos uma casa vaga sendo usada como depósito para o Animus, que fica três casas à frente, na mesma rua. Costumávamos nos referir a ela como "A Casa da Esquina". Decidimos abrir um bar de drinques ali, e como já estávamos acostumados a chamá-la assim, o nome acabou sendo "A Casa da Esquina". A previsão de inauguração é para maio.
Instagram: @animus
Endereço: Rua Vupabussu, 347 – Pinheiros.
Telefones: (11) 2371-7981 / (11) 98705-9388