Pedro Scooby fala sobre ondas, estilo e parceria com a Bvlgari
Conversamos com Pedro Scooby sobre vitória do ‘Gigante de Nazaré’, carreira, hobbies, família e estilo Bvlgari
Atravessando ondas de mais de 18 metros com a mesma naturalidade com que troca de prancha, Pedro Scooby vive um momento de potência máxima — na vida e no esporte. Vencedor da sétima edição do Gigantes de Nazaré, o carioca consagra-se como um dos maiores nomes do surf de ondas gigantes no mundo, combinando técnica, coragem e uma leveza quase cinematográfica. Aos 35 anos, Scooby é também amigo de longa data da Bvlgari — com quem colabora desde 2020 —, e traz à parceria a autenticidade e a atitude que fazem dele um ícone fora d’água. Em entrevista exclusiva à L’Officiel Hommes Brasil, ele relembra os momentos decisivos da carreira, fala sobre estilo, bem-estar, moda e revela o segredo por trás de sua conexão com o agora:
Pedro, você venceu a sétima edição do Gigantes de Nazaré ao surfar uma onda de mais de 18 metros — um feito impressionante. O que passou pela sua cabeça naquele momento em que você percebeu que aquela seria “a” onda do campeonato?
Na hora a gente não se liga tanto no tamanho e na importância da onda. Claro, nós recebemos as instruções pelo rádio se a oportunidade é boa e conforme vamos surfando temos uma ideia se ela tem potencial para ser uma das maiores ondas do evento, mas a gente só consegue ter uma dimensão mesmo no pós, depois de vermos as imagens. Quando estou na água, só penso em fazer o meu melhor e conseguir performar no meu estilo na onda. Mas, fiquei com um sentimento de que a onda era muito boa e que eu poderia brigar pela liderança do evento. Estou muito feliz com mais essa conquista para minha carreira e com essa sequência incrível de resultados.
Você começou a surfar aos 5 anos, se profissionalizou aos 11, e hoje é um dos maiores nomes do big surf mundial. Que momento da sua trajetória você considera o divisor de águas — literalmente — da sua carreira?
Acredito que foi a onda que eu surfei em Puerto Escondido, no México, em 2010. Foi a primeira onda gigante que eu surfei na minha vida. Eu estava sem prancha, peguei uma emprestada de um amigo meu e consegui pegar uma das melhores ondas do dia. Ali, foi uma virada de chave na minha carreira e a primeira vez que apareci no XXL Big Wave Awards, que é considerado o prêmio mais importante de ondas gigantes. Naquele momento tinha sido a melhor onda que já tinha surfado na minha vida e que me abriu muitas portas.
Seu estilo é marcante, sempre com peças que equilibram conforto e atitude. Como você se expressa por meio da moda? Acha que o surfista Pedro e o homem Pedro se vestem de maneiras diferentes?
Acho que o surfista Pedro e o homem Pedro são a mesma pessoa. A forma como me visto reflete muito quem eu sou naquele momento — e, assim como a moda, que é sazonal e está sempre mudando, eu também estou em constante transformação.
Não sinto que tenho um estilo fixo. Tem fases em que estou mais streetwear, outras em que prefiro algo mais casual. Às vezes estou com um visual mais dark, em outros momentos, algo mais leve. Acho que é natural a gente ir mudando, experimentando, se adaptando.
Claro que tem peças que considero atemporais, mas, no geral, meu estilo acompanha meu estado de espírito, minhas descobertas e até o que estou vivendo na época. Para mim, a moda é uma forma de expressão que está em movimento — assim como eu.
Mesmo com uma rotina intensa de treinos e campeonatos, você transparece uma leveza única. O que faz parte do seu dia a dia longe das ondas? Quais são seus escapes, seus rituais de bem-estar e o que você busca quando está em terra firme?
Nunca tive muitos hobbies ao longo da vida, mas, de uns tempos pra cá, a bike acabou se tornando um hobby. Tanto o ciclismo de estrada quanto o mountain bike fazem parte da minha rotina hoje. E o Rio de Janeiro é o cenário perfeito pra isso — com trilhas incríveis, estradas à beira-mar e paisagens que realmente inspiram.
Acredito que essa leveza que você mencionou vem muito dos momentos que passo com meus amigos e minha família. Estar perto deles é, sem dúvida, um dos meus principais rituais de bem-estar.
No geral, eu busco atividades que me façam bem e que agreguem de alguma forma. Tenho um treinador, o Rafa Romano, que foi um divisor de águas na minha trajetória como atleta. Ele trouxe uma abordagem que vai além do físico, incluindo também o fortalecimento mental nos treinos — e isso fez toda a diferença para mim.
Gosto também de variar: se me chamam para uma aula de ioga, eu topo. Se é para correr, eu vou. Às vezes faço uma sessão de boxe. Mas, no dia a dia, o que mantenho com mais constância mesmo são os treinos com o Rafa e as pedaladas.
Desde 2020, você é Friend of the Brand da Bvlgari, uma marca que representa tradição, sofisticação e potência. Como essa parceria se conecta com a sua identidade como atleta, artista da adrenalina e personalidade pública?
Como eu comentei antes, tem coisas que são atemporais — e eu vejo as joias da Bvlgari exatamente assim. Acho que essa atemporalidade tem muito a ver comigo, e talvez por isso essa parceria já dure cinco anos, me identifico muito com a marca. E, ao mesmo tempo, sinto que consigo entregar algo verdadeiro pra Bvlgari: meu estilo, minha personalidade, meu jeito de viver. No fim, é realmente um casamento perfeito.