Zara criou código que alertava entrada de negros em sua loja
Uma das lojas da Zara foi acusada de racismo no Ceará
Uma das lojas da Zara, localizada no Shopping Iguatemi de Fortaleza, Ceará, está enfrentando uma investigação conduzida pela Polícia Civil. O fato aconteceu após diversas denúncias apontarem que a empresa criou um código racista para informar aos funcionários caso pessoas negras ou "aquelas com roupas simples" entrassem no local. Conforme as investigações, o alerta era anunciado pelo sistema de som da loja através da frase "Zara Zerou".
"Testemunhas que trabalharam no local alegam que eram orientadas a identificar essas pessoas com estereótipos fora do padrão da loja. A partir dali, ela era tratada como uma pessoa nociva, que deveria ser acompanhada de perto. Isso geralmente ocorria com pessoas com roupas mais simplórias e 'pessoas de cor'. A partir daquele momento aquela pessoa não seria mais tratada como cliente, mas como uma pessoa nociva ao atendimento normal. E, a partir dali, aquela pessoa deveria ser acompanhada de perto por funcionários", afirma o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira.
Segundo relatado pela delegada Ana Paula Barroso, ela foi proibida de entrar na loja no último 14/09/21 por ser negra pelo gerente do local, Bruno Felipe Simões. A profissional registrou um boletim de ocorrência por racismo.
Segundo publicado pelo "UOL", a Zara afirmou que "colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos."
Essa não é a primeira vez que a Zara enfrenta uma investigação do gênero no Brasil: em 2019, a influenciadora Bruna Bandeira afirmou que seu filhou foi discriminado na loja da marca no Shopping Ibirapuera. Em 2020, as ex-funcionárias Alina Durso e Jade Aza acusaram a empresa de transfobia e racismo.