Pop culture

Alexandra Gucci herdeira da casa lança sua marca de luxo

Alexandra Gucci Zarini redefine o luxo com a AGCF, unindo herança, inovação e propósito em uma nova visão para a moda de alto padrão

accessories pendant clothing sleeve jewelry necklace adult female person woman
Alexandra Gucci (Foto: reprodução/ instagram @agcfbrand)

Alexandra Gucci Zarini, descendente direta do fundador da Gucci, decidiu escrever seu próprio capítulo na história da moda ao lançar a AGCF, sua marca de luxo, com propósito. Em um momento em que a Gucci, sob a administração do grupo Kering, enfrenta uma queda expressiva de receita de US$ 10,9 bilhões em 2022 para US$ 7,9 bilhões em 2024 , Alexandra propõe um novo conceito de exclusividade, unindo tradição, inovação e responsabilidade social.

 

A AGCF nasce de um desejo de resgatar valores que Alexandra acredita terem sido perdidos na indústria. O nome da marca reflete essa missão: “AG” vem de suas iniciais, preservando o peso de sua herança familiar, enquanto “CF” significa Creative Framework, um compromisso com a arte e o impacto positivo. Ao contrário das grandes casas de moda, a empresa opera como uma Public Benefit Corporation, destinando 20% de seus lucros para iniciativas sociais voltadas para mulheres jovens, crianças e causas ambientais. Antes mesmo de entrar no setor da moda, Alexandra já demonstrava sua vocação para o impacto social com a fundação da Alexandra Gucci Children’s Foundation.

 

Seu marido e sócio, Josef Zarini, que vem do setor financeiro, compartilha essa visão e enxerga na AGCF uma plataforma de transformação. “A moda, assim como a música e a arte, tem o poder de transmitir mudanças. Queremos que cada peça carregue uma energia positiva para o mundo”, afirmou. A coleção inaugural, lançada em abril de 2024, inclui bolsas e joias demi-fine, trabalhadas com materiais nobres como ouro 18K sobre prata e diamantes cultivados em laboratório. As peças são vendidas online e na boutique da AGCF em Beverly Hills, estrategicamente situada na Rodeo Drive, uma homenagem ao avô de Alexandra, Aldo Gucci, que foi pioneiro ao estabelecer a presença da Gucci na icônica rua.

 

Curiosamente, Alexandra optou por não fabricar seus produtos na Itália, decisão rara para uma herdeira de uma das maiores casas de moda do país. Segundo ela, o setor têxtil italiano enfrenta problemas sistêmicos de exploração trabalhista. Para garantir um processo ético, suas bolsas são produzidas por ateliês familiares na Espanha, onde artesãos utilizam ferramentas passadas por gerações, preservando o savoir-faire sem abrir mão de dignidade e respeito. Além disso, a marca investe em couro proveniente da indústria da carne, promovendo um ciclo sustentável sem desperdício ou crueldade animal.

 

A AGCF rapidamente chamou atenção do mercado de luxo, sendo apresentada na Paris Fashion Week e fechando parceria com a rede japonesa Takashimaya, que distribuirá seus produtos em cinco lojas. “O público japonês tem uma apreciação única pela qualidade e valores éticos, que são essenciais para a AGCF”, destacou Alexandra. Ao se distanciar do modelo tradicional das grandes maisons e adotar uma abordagem mais humanista e sustentável, a herdeira da Gucci não apenas reafirma sua identidade, mas também propõe um futuro mais responsável para a moda de luxo.

 

Tags

Posts recomendados