Heslaine Vieira conta preparação para viver ‘Soraya’ em Fuzuê

Abalando as estruturas! Heslaine Vieira já não é apenas uma garota tímida e ‘nerd’ como conhecemos em Malhação e As Five com a personagem Ellen. Agora, a atriz dá vida à Soraya Terremoto na novela Fuzuê, tornando-se a verdadeira sensação da TV Globo durante a exibição da novela escrita por Gustavo Reiz. 

Assim como a sua personagem, Heslaine prova que é extremamente versátil, comunicativa e claro, uma geminiana nata! De olho em seu mapa astral, a atriz aproveitou para entregar mais detalhes de sua personalidade com base nos cosmos, além de debater assuntos importantíssimos como a sua autoestima enquanto mulher negra, seja em relacionamentos amorosos ou profissionais. Confira agora, uma entrevista exclusiva da L’Officiel Brasil com a estrela:

Você ganhou bastante espaço na televisão brasileira através da “nerd” Ellen, em “As Five” e “Malhação: Viva a Diferença”, mas agora surgiu irreconhecível como a Soraya Terremoto em Fuzuê! Como tem sido viver uma personagem tão diferente do que estava acostumada? 

A minha vontade é de fazer personagens diferentes dos anteriores sempre. Quero me desenvolver cada vez mais como atriz e me colocar em grandes desafios profissionais. Gosto de estar fora da minha zona de conforto. É assim que crescemos! E também gosto de tentar surpreender as pessoas que conhecem meu trabalho de forma positiva. Estou vivendo o momento mais especial da minha carreira, com essa personagem que eu amo e admiro, com um elenco que tenho muito carinho e uma novela que é leve e divertida. 

A Soraya traz em sua personalidade, um verdadeiro equilíbrio entre a sensualidade e a comédia. Mas e a Heslaine, é naturalmente sexy ou foi preciso uma desconstrução interna para explorar a sensualidade da personagem?

A Soraya existe em mim em algum lugar e eu precisei deixar que viesse pro externo. No meu dia a dia sou mais casual esportiva com jeans e tênis mas também tenho um lado mais sexy! Como uma boa geminiana, transito bastante entre os estilos. Fizemos um trabalho de preparação corporal e usamos muito o salto alto como ponto de partida pra trazer mais sensualidade. Também tive aulas de dança e tudo isso já me colocava bastante no universo da personagem.

Você é super ligada às pautas sociais, principalmente em relação ao racismo. Quando começou a perceber que precisava ser uma voz ativa em sua geração? Já sofreu racismo no meio artístico? Como lida hoje com esse tipo de situação?

Estou nessa carreira desde os 12 anos e passei por diversos lugares na indústria. Me vi muitas vezes sozinha nesses espaços. Todos sabemos sobre o racismo estrutural. Não é mais um assunto que não se diz abertamente como quando comecei. Além da discussão que hoje já existe de forma muito mais presente porque nós damos nomes as coisas, ainda é necessário ganhar espaço para as ações concretas e efetivas. Eu vejo que estamos caminhando nesse sentido. O racismo está em todos os lugares na vida. Eu continuo sendo uma mulher negra e isso não se transforma de acordo com o ambiente que eu esteja. Ninguém está preparado pra responder violências. A mulher em ambiente de trabalho que sofre com machismo, a mulher negra que sofre com machismo e racismo ainda está trabalhando. Era muito difícil pra mim reagir. Hoje, depois de leituras, conversas, de reconhecimento, e apoio de muitas pessoas eu consigo me colocar. Foi uma construção difícil! Muita gente não está preparado pra ver uma pessoa negra ascender socialmente e ocupar espaços. Fico muito feliz de ver a potência de mulheres negras talentosas que estão chegando e se colocando . Mulheres seguras de si, muito preparadas . Eu vi o começo das mudanças e fico feliz de fazer parte desse momento de transformações.

E o coração, como anda? Poderia falar um pouco sobre a autoestima da mulher negra em relacionamentos afetivos? 

Hoje posso dizer que estou trilhando um caminho mais bonito de mãos dadas com minha autoestima. Tem dias que as mãos se soltam e eu fui entendendo que como mulher somos afetadas diariamente pela indústria da perfeição que não existe. E como mulher negra não me encaixaria nem nesse padrão, porque ele nunca compreendeu nem reconheceu a beleza do nosso povo. Sempre se esperou que estivemos em um lugar de cuidar e não de cuidado dentro dos relacionamentos. Sempre sob um olhar de julgamento. Seja como parceira, mãe, filha, ou pra desempenhar qualquer papel na sociedade. Gosto de me lembrar sempre "você merece ser amada, cuidada, respeitada e a sua felicidade diz respeito somente a você." Se colocar em primeiro lugar como tanta gente faz é muito difícil. Mas é preciso tentar!

Se pudesse conversar pessoalmente com um ícone feminino que não está mais entre nós, quem seria?

 Nina Simone. Sem a menor dúvida! 

Você é geminiana, um signo super extrovertido e falante. Acredita em astrologia e se identifica com o signo de gêmeos?

Super! Eu adoro Me considero super geminiana, embora seja muito afetuosa e emotiva. Tenho signos de água no meu mapa pra trazer um pouco esse lado já que gêmeos é ar, muito solto e comunicativo.

O que não pode faltar: no seu closet, no seu armário do banheiro e em sua geladeira:

Peças de alfaiataria; Cremes de cuidados para a pele e Iogurte!

Um livro que acha que todas as mulheres negras deveriam ler:

Um Defeito de Cor 

Uma amizade que fez em Fuzuê e pretende levar pra vida toda:
Guil Anacleto 

Um spoiler do que podemos esperar de seus trabalhos para 2024:

Fuzuê acaba em Março e nesse mesmo mês estreia “As Five” terceira temporada, que sou uma das protagonistas, na Globoplay! Estou animada pra esse ano!!!

Créditos: 
Fotos: Vinícius Mochizuki (@viniciusmochizuki)
Assistência de fotografia: Rodrigo Rodrigues e Josias Vieira 
Stylist: Patrícia Bastos 
Beleza: Titto Vidal 
Cabelo: Paula Cris