Jacqueline Sato e suas diferentes versões para o Carnaval de 2024
Jacqueline Sato comemora o Carnaval com editorial exclusivo para a L’Officiel Brasil e exibe os melhores looks para curtir a folia nos bloquinhos
Jacqueline Sato já está no clima do Carnaval! Com editorial exclusivo para a L’Officiel Brasil, a atriz e ativista exibe as suas melhores fantasias para curtir a tão esperada festa em bloquinhos e conta como tem se preparado para cair na folia. Além dos perrengues vividos na festa e os melhores truques para sobreviver à intensa rotina carnavalesca, Sato aproveita para colocar o papo em dia sobre assuntos importantíssimos como sustentabilidade, amor animal e autoaceitação de seu corpo. Confira agora, a entrevista na íntegra:
Jacque, você é uma artista super engajada nas causas sociais, ambientais e animais. De onde surgiu esse seu interesse em lutar por um bem maior?
Sempre fez parte de mim. Desde criança já queria fazer algo em relação a isto, para mim não fazia sentido usar meu tempo de vida sem dedicar parte dele a transformar situações que podiam e precisavam ser melhores. E o que, hoje, como adulta, reparo e me surpreendo é que foi desde muito cedo mesmo. Quando na escola, na aula de ciências, aprendi sobre o aquecimento global e suas consequências, sobre o quanto a humanidade já tinha destruído o planeta ao longo dos séculos e a tendência em vista do andamento das coisas é que isso piorasse ainda mais, eu já fiquei preocupada e querendo agir — e com a grande esperança de que a maioria das pessoas também estivesse preocupada assim. O mesmo em relação à extinção de alguns animais; lembro de ficar muito triste por termos perdido muitas espécies por conta da ação humana e descobrir que muitas estavam à beira de extinção. Isso tudo sempre ativou em mim um senso de urgência. Na época, eu só ficava imaginando que “quando eu crescesse” eu faria algo em relação a isto. De fato, passei a fazer e quero fazer muito mais.
Ainda criança, dentro do que estava ao meu alcance aos 9 anos, na realidade da escola pra casa, de casa pra escola, eu resgatei 7 gatinhos filhotes e os levei pra casa. Meus pais, anjos, toparam abrigá-los desde que eu ajudasse a cuidar e encontrar um lar responsável para cada um deles, afinal a gente já tinha animais de estimação. Fizemos isto desta vez, e repetimos algumas vezes ao longo da vida até que nos tornamos referência na região. Hoje, somamos 2468 gatos resgatados, cuidados e encaminhados à adoção. Por muito tempo doávamos para amigos, e amigos de amigos e usávamos nossas redes sociais particulares para fazer isso. Depois que fiz minha segunda novela na GLOBO, “Sol Nascente”, onde sabia que teria um papel de maior destaque entendemos que isso também traria mais visibilidade à causa e decidimos criar uma página do Facebook e Instagram exclusivamente voltadas a isto. Assim nasceu a “House of Cats”, que mais tarde viemos a formalizar como Associação de Proteção Animal sem fins lucrativos. Acho que tudo foi sempre num caminho muito natural no nível “não sei ser diferente disso”. Tanto com esse trabalho com os animais, quanto o trabalho em relação à proteção ao meio ambiente. Sempre fui apaixonada pela Natureza, é onde fica mais nítida a magnitude da vida e, para mim, a presença do Divino e interconectividade de tudo. Se eu amo, logo eu cuido. Em um dado momento fui tomando consciência do quanto algumas atitudes tinham impacto negativo e prejudicavam o meio ambiente, e passei a mudá-las.
Como, por exemplo, parar com carne vermelha em 2014; depois tirei ingestão de aves, parei com leite e etc. Passei a ter um hábito de consumo mais consciente em todos os âmbitos da minha vida. Sendo a moda a segunda grande mudança, ao descobrir que ela é a segunda indústria que mais polui. Então passei a comprar muito menos e escolher peças com alta durabilidade, versáteis, de marcas que tenham a sustentabilidade e ética como um dos seus valores. E fora as marcas, também incentivo e sou super adepta a second hand, brechó e acervos. Já fiz ensaios com looks inteiros de brechós. E este ensaio de carnaval foi inteiro realizado com peças de acervo de moda, o Acervo YK, um dos poucos abertos ao público. É incrível pois tem uma curadoria incrível da Yumi Kurita, stylist que admiro demais, e isso é um diferencial ímpar. Você anda por lá e a maioria das peças são interessantes. Mais um hábito que é muito melhor do que encher seu guarda-roupa de roupas em excesso, e ter roupas que, certamente, usaria poucas vezes. Em casos assim, estas alternativas são as melhores, a meu ver. Então assim foi indo.
Uma nova descoberta a respeito de um hábito ou produto que eu saiba que causa danos ao planeta, uma nova mudança de hábitos pra mim. Minha entrada no Clean Beauty, por exemplo, foi ao descobrir que a maioria dos protetores solares vendidos são extremamente prejudiciais aos oceanos, matam os corais e desequilibram todo esse ecossistema extremamente importante. Depois do protetor, abriu-se o portal para todos os outros produtos que eu usava no meu corpo. E assim fui mudando, de novo, porque “não conseguia ser diferente”. Depois de descobrir as consequências de determinado hábito e saber que eu tenho a opção de não compactuar com algo que eu não concorde e, ao invés disso, usar meu poder de consumo e energia para aquilo que quero ver crescer no mundo norteia minhas decisões e pegadas que deixo na Terra. Longe de ser perfeita, mas a cada dia mais consciente e congruente com o futuro que eu desejo.
Falando em causas sociais, muito tem se falado do ‘body positive’! Como você se relaciona com o seu próprio corpo e qual conselho daria para outras mulheres que estão nesta jornada de autoaceitação?
Nossa, graças a Deus esse movimento chegou e está em alta! Demorou ahhaha. Eu passei a maior parte da vida não tendo uma relação tão “positive” com meu corpo. Durante maior parte da vida eu estive querendo mudar algo nele. Para além do padrão exacerbado de magreza valorizado, praticamente imposto, pela indústria do entretenimento ao logo da minha vida, que moldou de um jeito ruim e limitante a ideia do que é “belo” na minha mente e na de muitas mulheres, eu ainda somava mudanças que desejava por ser uma pessoa racializada: queria mudar muitas destas características tão únicas para estar mais próxima do padrão vigente.
Foi só depois dos 30 que passei a aceitar mais essa minha “casa” sem me cobrar tanto. Lembro claramente de um ensaio que fiz, quando a pandemia tinha passado e em que eu estava “acima do meu peso” onde, pela primeira vez na vida, eu me vi bonita e fiquei feliz com o resultado, sem ficar olhando os “defeitos”. Agradeço enormemente a Kaka Lobo, Roger Mac, e Gui Orbea, que eram os profissionais envolvidos neste dia por colaborarem com este despertar. Principalmente a Kaká, com quem eu já estava trabalhando há algum tempo e me ajudou muito na desconstrução deste olhar “contaminado” pela indústria da moda, que estava já tão introjetado em mim. Além dela, teve meu amadurecer, meu olhar pra dentro, e o tanto de desconstrução e revisão de prioridades que a própria pandemia evocou em todos nós. Sabe? Em meio a tudo aquilo que estávamos vivendo passou a ser inconcebível pra mim sofrer, me incomodar, ou me cobrar por conta de um padrão de beleza. E foi no dia 17 de dezembro de 2021 que eu fiz um post desabafo com uma foto de biquini, algo raro nas minhas redes sociais.
Neste dia foi muito louco. Senti como se fosse um acordamento repentino, mas obviamente era algo que já vinha se desenvolvendo dentro de mim. Lembro direitinho. Pela manhã, meditei, como de costume. E ao levantar-se, olhei no espelho e pensei: você é e sempre foi bonita. Por que sempre se coloca pra baixo, acha que não é suficiente? Para. Olha pra você. E permiti me admirar e me amar exatamente do jeito que eu estava naquele momento. Tirei essas fotos só pra mim mesmo, inicialmente. Para que, em algum momento em que meu padrão antigo voltasse a pulsar, eu lembrasse deste dia. Enquanto eu estava lá me olhando e registrando isso, esses pensamentos que escrevi foram brotando na minha mente. Foi ficando nítido o tanto de energia que gastei tentando atingir algo que me era cobrado externamente e invalidava quem eu era, tanto por dentro, quanto por fora. E se, tanto do meu tempo e energia estavam voltados para esse lado “externo”, muito pouco sobrava para desenvolver meu lado “interno”. Se eu não confiava e amava nem o corpo que eu tinha, o que dirá das minhas ideias, projetos…
(Colo o link e texto aqui, pois resume muito do que sinto em relação à cobrança exagerada que eu exercia sobre mim mesma: É raro me ver de biquíni por aqui. Assim como é raro eu me ver de biquíni e me sentir bem. Postar essas fotos é um marco na minha revolução pessoal de busca por menos perfeccionismo. Eu sempre soube que não existe perfeição, mas me deixei afetar pelos ideais externos, e cheguei eu mesma a acreditar que eram meus. Por tantos e tantos anos não me achei bonita o suficiente, com a pele boa o suficiente, magra o suficiente (mesmo quando eu estava com 12kg a menos do que estou hoje)… E isso só falando dessa casca de fora que é o nosso corpo. Casca pela qual eu não queria que fosse o motivo principal das minhas conquistas. Sempre quis e quero que me vejam para além da aparência. Mas essa “casca” é a nossa casa. E, meu Deus, como é importante a gente se sentir bem dentro da nossa própria casa. Parece que cheguei numa fase em que essa parte estética e externa já está mais aceita e valorizada por mim mesma. Por isto, uma foto de biquíni, com cabelo arrepiado e sem maquiagem, exatamente após acordar e meditar. Consegui calar a minha exigência desumana e me expor sem receio, sem olhar, antes de tudo, meus “defeitos” que me impediam de ficar satisfeita com quem eu já sou.
Acho que ao se sentir minimamente suficiente, fica mais fácil, mais natural, e mais propício se tornar melhor. Por que parte de um lugar de amor e crescimento, e não da falta, da insatisfação e da cobrança. Paciência, fui assim, rude e dura comigo mesma. Tanto com esse meu “eu” externo, quanto pior ainda com o meu “eu” interno.
Agora, o próximo passo é atingir um pouco mais de segurança em quem eu sou por dentro, nas ideias que eu tenho, nas minhas capacidades, acreditar mais em mim, e ter menos medo de errar. Me permitir arriscar mais, me expor, criar e deixar que os outros vejam, mesmo que não esteja 100% bom. E assim vou (ou vamos?), um passo de cada vez. Não permitindo que minha exigência exacerbada me paralise, ou não me deixe ser livre, espontânea, errada, suficiente e satisfeita.
Quem mais está neste caminhar junto comigo?
Finalizei o post com “Quem mais está neste caminhar junto comigo?” e descobri que somos muitas. Já “sabia” de alguma forma, mas é sempre chocante quando você lê nos comentários ou Direct o relato de outras mulheres e percebe o quanto isso é coletivo e maior do que imaginava.
O “como” eu me relaciono com o meu corpo mudou, tem mudado e continuará mudando ao longo dos anos e, desde este “acordar”, a direção se tornou a da liberdade em relação a todos os padrões, a da leveza, ao autoamor antes de qualquer coisa, antes de qualquer movimento. Aceitar e valorizar quem a gente já foi e quem a gente é, hoje, em sua inteireza para dar passos firmes em direção a quem a gente quer ser no futuro; mas partindo desde dentro, desde valores próprios, desde a desconstrução daquilo que é externo (mas a gente acreditou por muito tempo ser nosso), para que a gente construa o que é autêntico, importante, e real pra cada uma de nós. E será diferente pra cada uma. Ainda bem!
É sempre estranho dar conselho, mas se tem algo que pode soar como conselho e que escrevi no tal post é: exercitar o relacionamento consigo mesma e “realizar qualquer mudança que se queira partindo de um lugar de amor e crescimento, e não da falta, da insatisfação e da cobrança.“ Muitas vezes somos rudes conosco, muito mais do que seriamos com qualquer pessoa. Já é clichê, mas ajuda: você falaria com uma amiga do jeito que você fala com você mesma?
Se acolher do jeito que se é, é revolucionário.
E pensando no que eu vejo na mídia, hoje em dia, melhorou muito se comparado à realidade onde eu cresci. Amo quando vejo diversidade nas telas e nas páginas. Tanto diversidade de corpos, quanto étnico-raciais, e de gênero. Isto é extremamente importante e é nítido o quanto já influenciou na visão do que é “belo” nas gerações mais novas. Conversar com minha afilhada, que tem 12 anos, é lindo demais, por exemplo. A visão dela é tão mais ampla do que era a minha nesta idade.
E já que é para colocar o corpo pra jogo, o Carnaval está aí! Como tem se preparado para curtir a folia? Costuma praticar algum exercício que te ajude no quesito resistência física?
Não. Rsrs Prossigo na minha rotina de exercício normal. Que, confesso, já foi muito melhor. Mas tenho feito o que dá e com consciência de que estou fazendo meu melhor para o momento de vida que estou vivendo, porém, almejando cuidar um pouco mais de mim em termos de exercício físico num futuro não muito distante. Atualmente, faço Yoga sozinha em casa de manhãzinha… às vezes 15 min, às vezes meia hora, às vezes um pouco mais, depois faço treinamento funcional. Tem semana que consigo todos os dias. Tem semana que consigo 3x por semana. Outras somente 2x. Quero voltar a mover meu corpo todos os dias. E botei como meta retomar isto pra 2024 rsrs.
Eu sei que tenho alta resistência. Sempre senti isso quando treinava mais. E depois, por conta de um exame genético que fiz para uma consulta médica, isto também saiu, comprovando minha intuição. Então eu sou do tipo que aguenta exercício repetitivo por um tempo maior do que a média. Sou boa em exercícios cardiovasculares, por exemplo. Então, pular carnaval pra mim é algo que faço sem sofrer hahah. Claro, desde que com calçado confortável.
O que faço antes, durante e depois, e me hidratar bem. Mas isso já é um hábito da vida, que reforço ainda mais neste período.
Quando falamos de Carnaval, também amamos pensar nos lookinhos da folia! Como costuma elaborar as suas fantasias?
Em relação ao que mais amo nos looks de carnaval é que ninguém nunca está overdressed, não há limites para a ousadia e criatividade. Tá tudo certo quem quer mega se produzir, tá tudo certo quem quer expor mais o corpo, tá tudo certo quem não quer. O que baliza tudo é a alegria em sair por aí nesses dias transpirando esse sentimento acima de tudo. Eu amo cores, tanto no carnaval quanto fora dele, mas nessa época dá ainda mais vontade disso. E brilho, né? Pra mim, acaba sendo inevitável não usar deles também. É a ocasião em que a gente usa e abusa deles como em quase nenhum outro momento ao longo do ano. É muito gostoso. É muito bonito. É muito Brasil.
Você fez esse ensaio lindíssimo com fantasias arrasadoras, qual a sua favorita? Pretende usar alguma delas para se jogar na folia esse ano?
Vix, aí você me pegou! Acho que cada uma dá pra usar num momento diferente do carnaval. Hahaha Acho que o macacão todo prata é uma das minhas preferidas, e a união dele com a make clean e aquele detalhe da corda de strass no rabo de cavalo me ganhou. A outra que eu apaixonei foi a pink que me trouxe uma vibe “Barbie” junto com algo relacionado a felinos, acho que por conta dos óculos de pelinhos e as luvas. Pode ser só uma viagem minha, mas foi esse o mood que me veio quando me vi no espelho. As duas são fantasias que têm impacto, mas não estou propriamente fantasiada de nada em específico, e estou mais “vestida” do que a maioria das roupas carnavalescas. Acho legal ter essa opção de um look nem tão nu, mas que também contém a alma do carnaval.
Existe alguma peça que você ama e nunca deixa de adicionar em suas produções? Algo com muito brilho, paetê, babados…
Não. Me permito me aventurar por algo diferente a cada ocasião. Mas pro carnaval, especificamente, como disse, cor e brilho são presentes. Aí pode ser qualquer cor, e brilho pode ser no tecido, no acessório, no que for.
Além da beleza, o conforto! Qual peça você não abre mão na hora de trazer conforto para o seu look? Afinal, para pular Carnaval é preciso estar bem! (risos)
Ah, o calçado. Tem que ser muito confortável. Algo que eu tenha certeza de que não vai diminuir minha alegria ao longo do dia. Já pulei carnaval de coturno, de tênis. E dependendo do lugar, até topo um salto, desde que seja um mais confortável. Mas no geral, calçado flat é o que opto, porque eu quero dançar o máximo que eu puder.
Quais são as suas principais inspirações para criar seus looks? Seja no Carnaval ou fora dele?
Não é bem inspiração, mas é pré-requisito: conforto. E aí não estou dizendo que não vou usar uma roupa justa, por exemplo. Mas quer dizer que ela não estará me incomodando de nenhuma forma, nem porque algo está me apertando de um jeito ruim, ou por que eu me vejo dentro dela e não me reconheço, ou como dizem, não banco, “não seguro o look”.
Acho que sou sim bastante influenciada pelo que vejo acontecer no mundo em relação à moda. Tanto de marcas, quanto de mulheres que admiro, quanto de algumas que eu nem conheço, simplesmente vi passando na rua e gostei do que ela me transmitiu através de sua vestimenta. Afinal, o que a gente veste carrega muito de quem a gente é. É um blend entre o que vejo fora e que me encanta, com o como eu me sinto ou quero me sentir naquele dia ou ocasião específica. Pois o como eu me visto está extremamente relacionado ao meu estado de espírito. Quando mais nova, eu achava que isso me fazia “sem estilo”; hoje eu percebo que não. Na verdade, é porque sou múltipla. Todas nós somos muitas, temos muitas versões de nós mesmas. E dar espaço e vazão a todas estas “mulheres” que moram dentro da gente é extremamente necessário. Pra quem não está entendendo nada do que falei sobre sermos muitas, bora pensar nos arquétipos. Alguns são mais fortes do que outros dependendo da fase da vida, da personalidade. E a gente pode passear por entre eles com toda a liberdade que nos couber e que quisermos.
E quando o Carnaval passa, como você se prepara para encarar um ano de muito trabalho e produção? Costuma tirar umas ‘férias rápidas’?
Nossa, amo férias rápidas ou longas. Rsrs. Mas nem sempre é possível. Então procuro balancear os momentos de alta produtividade com momentos de alto descanso ao longo do ano como um todo. Me obrigo a parar. Me obrigo a ficar longe de celular e eletrônicos em geral durante um dia, ou um período inteiro do dia, pelo menos uma vez por semana. Tem vezes que não dá, mas vou compensando. E procuro não pegar no celular de manhã sem antes ter meditado, escrito o que sonhei, escrito minhas “morning pages”, feito Yoga, feito exercício, e tomado café da manhã. Só depois do café e que me permito me conectar com as demandas que vem de “fora”. Esse período da manhã é só meu e faço de tudo pra nada nem ninguém me tirar isto. E no período da noite, antes de dormir também evito telas. Leio, escrevo, faço atividades que me desliguem do trabalho, que me façam ir relaxando e desligando a alta frequência mental. Geralmente, também medito antes de adormecer. Nem sempre. Mas sempre que possível.
Contato com a Natureza, mesmo que seja só colocar o pé na grama, ou só olhar pro céu e respirar fundo, são coisas que tento praticar o mais frequentemente possível, pois me descomprimem, relaxam e renovam a energia.
Então, se para o conceito de mini-férias, valer 24h, sim, eu realizo várias ao longo do ano. E muitas vezes que viajo a trabalho tento ter 2 ou 3 dias livres para também poder aproveitar o lugar. Às vezes, não dá. Aí trabalho hiper focada por algumas horas e depois me desligo e vou aproveitar. Mas aí vou mesmo. Esse exercício de estar 100% presente no que se está fazendo é algo que eu exercito há muito tempo, desde que comecei a estudar para ser atriz, afinal, pra se fazer uma cena isto é imprescindível, e eu carreguei pra vida; e a prática da meditação fez se tornar ainda melhor.
O que podemos esperar de seu lado atriz em 2024?
Falei do quanto nós em nossas vidas, mesmo sem sermos atrizes, somos múltiplas. E para 2024 esse lado atriz pretende ser ainda mais múltiplo do que já foi até agora. Papéis não óbvios que revelem a mim e a quem assiste uma surpresa. E com isto, colabore para a quebra de estereótipos tantas vezes vinculados a nós mulheres em geral, e a nós mulheres amarelas especificamente. Sempre tive isto como norte nas minhas escolhas de carreira, mas parece que a cada dia isso tem se tornado mais urgente, por isto, este meu movimento de deixar de ser “só” atriz, e passar a criar e produzir também.
Uma lembrança de um Carnaval inesquecível:
Ah, o do ano passado. Depois de tanto tempo com o medo pulsante da pandemia, me permitir pular carnaval, aglomerar, e dançar muito, foi extremamente prazeroso e libertados. Foi uma celebração à vida. Nunca vou esquecer de dançar na chuva feliz da vida num dos bloquinhos que fui. Foi uma sensação única de renovação, limpeza, alegria, mentalizando deixar pra trás tudo o que não era mais parte do momento presente e tudo o que eu não queria mais para o ano de 2023.
Um perrengue que já passou enquanto curtia a folia:
Ah, sempre rola perrengue, seja por alguém do grupo que se sente mal, seja por alguém inconveniente que se aproxima (ainda bem que isto tem diminuído muito), ou por aquela vontade imensa de fazer xixi, e isto ser difícil dependendo do lugar onde se está, a pressão baixar com o calor. Odeio quando isso acontece, mas calor e muita gente fazem isso comigo. Ainda bem que sempre estou bem acompanhada e rapidamente me recupero. Às vezes é sentar, às vezes um sal, às vezes é isso tudo e baixar a cabeça ou levantar as pernas.
Uma diquinha de sobrevivência para quem vai se divertir em bloquinho, risos:
Olha, talvez eu seja repetitiva rsrs, mas água, muita água, pausinhas pra comer algo, estar em boa companhia, gente querida que você sabe que não vai te deixar na mão diante de um perrengue, marcar sempre um ponto de encontro, caso alguém se perca do grupo, não usar aparelho de celular caro demais que possa chamar muita atenção, pois, infelizmente, furtos e arrastões fazem parte dessa nossa realidade atual. Então, se for possível usar um aparelho antigo, melhor.
Três coisas que não podem faltar em seu look de Carnaval:
Conforto, cor e brilho.
Créditos
Styling: Yumi Kurita / @yumikurita.stylist
Assistência de Styling: Larissa Yumi / @_lariyumi
Looks: acervo da Yumi Kurita / @acervoyk
Foto e vídeo: Murilo Yamanaka / @muriloyamanaka
Beauty: Ziel Moura / @ziel_moura