Maitê Faitarone fala da sua trajetória na internet em entrevista
Constância e naturalidade: duas palavras que definem a trajetória de Maitê Faitarone na internet
Nascida no interior de São Paulo, a influenciadora digital já é veterana aos 19 anos – porque começou a postar no Instagram com apenas 13. Hoje, já acumula quase 3 milhões de seguidores em suas redes sociais e trabalha com marcas renomadas, como Isabel Marant, Miu Miu e Emporio Armani. Entre fotos e vídeos sobre moda, celebridades e beleza, Maitê carrega consigo o brilho nos olhos e o propósito de impactar positivamente a vida das pessoas.
L’OFFICIEL Como você imagina impactar a vida das pessoas? Quais causas lhe interessam?
MAITÊ FAITARONE Desde pequena gosto de fazer o bem ao próximo, independentemente de quem seja. Eu me preocupo em impactar as pessoas que passam no meu caminho de alguma forma. Além disso, eu defendo bastante a causa da sustentabilidade. Sempre falo de moda circular, na qual as pessoas estão sempre circulando os itens e não deixando acumular. Tem tanta coisa hoje em dia que a gente pode fazer para ajudar o meio ambiente em relação à moda… Então, é legal sempre passar isso para os seguidores.
L’O Como começou no digital?
MF Eu tinha de 13 para 14 anos – hoje estou com 19, então já acumulo uns aninhos de história (risos). Sempre gostei muito do mundo da moda e gostava de acompanhar muitas blogueiras no comecinho do YouTube. Eu era supernova, minha mãe ainda tinha uma loja de roupas no interior de São Paulo e eu assistia aqueles vlogs e dizia “um dia eu também quero fazer isso. Um dia eu quero estar na internet”. Eu tive blog, canal no YouTube e Snapchat na época que era superbombado. Mas eu comecei mesmo no Instagram. Lembro de acompanhar principalmente as blogueiras gringas, como a Chiara Ferragni. Mas tinham várias outras pessoas com quem hoje eu converso e eu lembro que acompanhava bastante. A Camila Coutinho, por exemplo. Estava até assistindo um vlog dela esses dias e pensei o quanto eu já me inspirei nela.
L’O Houve uma virada de chave ou o trabalho na internet foi acontecendo naturalmente?
MF Eu senti uma virada de chave mesmo há uns 3 anos. Foi na pandemia, quando eu comecei no TikTok. A rede social me ajudou a expandir os horizontes e atrair novos seguidores. Eu sempre estive na internet e sempre fiz tudo muito aos pouquinhos, mas lembro que quando comecei a postar no TikTok, as coisas aconteciam mais. Passei a trabalhar com marcas que eu sempre sonhei, conheci mais pessoas.
L’O Em algum momento você contratou uma equipe para deixar tudo mais profissional e roteirizado?
MF Eu sempre tive minha mãe, que trabalhou comigo desde o começo. Mas quando as coisas de fato passaram a acontecer e a demanda ficar maior, eu tive de contratar uma equipe. Hoje, tenho minha agência, assessoria de imprensa, videomaker, fotógrafo, pessoas que me ajudam até nos conteúdos que eu vou postar.
L’O Qual é a parte mais legal e a parte menos legal de ser uma influenciadora digital?
MF A parte mais legal é ter uma experiência nova a cada dia. O trabalho com a internet não tem uma rotina. Sempre faço alguma coisa diferente, conheço gente nova. E eu acho que a parte menos legal é a curiosidade e a cobrança das pessoas sobre a minha vida. Eu sei que é normal, mas às vezes acaba me incomodando um pouquinho essa exposição.
L’O Vídeos de looks, curiosidades sobre personalidades, dicas de apps e truques de beleza: qual tipo de conteúdo você mais gosta de compartilhar e por quê?
MF Eu amo moda. É o conteúdo que eu sempre me interessei e o que eu mais gosto de compartilhar. Mas eu tenho conteúdos paralelos a ela. Sou uma pessoa muito curiosa, gosto de pesquisar sobre tudo — principalmente coisas que ninguém ou quase ninguém sabe.
L’O Qual a sua história pessoal com a moda?
MF A minha relação pessoal com moda é algo passado de ge-ração em geração na minha família. A minha avó é costureira e até hoje faz algumas peças. Eu lembro quando era pequena, via algum vestido e falava “vó, adorei isso. Vamos fazer?”. Então ela me ajudava. Minha mãe tinha uma loja de roupas no interior de São Paulo, onde eu nasci, e eu lembro de sempre acompanhá-la quando vinha para São Paulo fazer compras. Ela também participava muito de desfiles, com marcas que trabalhava, e eu adorava estar junto.
L’O Como você define seu estilo?
MF Uma coisa que eu gosto muito da moda é que cada dia eu posso ser quem eu quiser. Se um dia eu quiser usar um look mais romântico, eu posso. Se eu quero usar um look mais despojado, também posso. Lógico que tem peças que eu me identifico mais, como as que têm brilho ou são de alfaiataria.
Escolho meus looks dependendo da ocasião, gosto de me ar-riscar em coisas diferentes e adoro apostar na mistura hi-lo.
L’O Desde muito nova na internet, como você equilibra a sua saúde mental com a exposição nas redes?
MF Hoje em dia eu tenho horários. É uma coisa que eu não tinha antes e acabava ficando muito ansiosa. Como eu comentei anteriormente, trabalhar com as redes sociais é viver uma novidade a cada dia, não tem muito uma rotina. Então eu tentei criar a minha própria com horário para acordar, para trabalhar e para me desconectar das redes. Nesse último mês, por exemplo, eu coloquei o exercício físico na parte da manhã, como o meu primeiro compromisso do dia. Isso me ajudou bastante também.
L’O Como você se enxerga daqui a dez anos?
MF Eu pretendo continuar trabalhando com moda. Além disso, tenho o desejo de aumentar o número de pessoas que me seguem e que realmente estão comigo. Quero tentar impactar e mudar a vida de cada uma delas de uma maneira positiva em relação à moda e a tudo o que eu penso. Espero também estar cada vez melhor em relação ao meu trabalho e trabalhar com marcas que estão na minha listinha dos sonhos.
L’O A sua participação no filme Tração significa planos de traçar caminhos no meio artístico?
MF Se tivesse que escolher entre internet ou atuação eu escolheria as redes sociais, porque é uma coisa que está mais voltada para o que eu já faço e porque eu me identifico mais. Mas eu gosto muito de atuar e, sem pensar duas vezes, aceitaria novos planos para a TV e para o cinema. Minhas redes são um canal direto de conexão e um cantinho que eu crio. Agora o cinema também me dá uma outra possibilidade para eu ser uma pessoa diferente e isso é superlegal. Eu adoro os dois.
Fotos: Caia Ramalho
Edição de moda: Bruno Uchoa
Texto: Livia Rosa
Assistente de foto: Victor Cazuza, Cais Niara, Thais Regina
Produtora de moda: Laura Cavalcante
Produtor de moda: John Tormes
Beauty artist: Edu Castro
Assistente de beleza: Andhaya Gomes
Nails art: Sonia Lima
Camareira: Eva Lima
Texto: Livia Rosa
Produtora executiva: Anna Guirro
Diretor de arte: Alessandro Detoni
Tratamento de imagem: Telha Criativa
Filme: Fernando Ferri @nandoferri
Assistente de filmagem: Michele Moura @misousamoura
Buffet: MV Buffet