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Paolla Oliveira expõe pressão e a antiga vergonha de não ser mãe

Paolla Oliveira revela como lidou com a pressão para ser mãe, fala sobre a decisão de não ter filhos e admite que já sentiu vergonha da escolha

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Paolla Oliveira (Foto: reprodução/ instagram @paollaoliveirareal)

Paolla Oliveira abriu o jogo sobre um tema que ainda carrega tabus e julgamentos: a decisão de não ser mãe. Em entrevista à revista Ela, do jornal O Globo, a atriz falou com franqueza sobre a pressão social para ter filhos, algo que, segundo ela, começou ainda aos 20 anos. De lá pra cá, as cobranças mudaram de tom, mas nunca cessaram. “Já ouvi ‘agora é cedo’, depois ‘está na hora’ e, agora, ‘está ficando tarde’”, contou. E entre essas fases, vieram também rótulos cruéis de insensível. A ponto de, em um trabalho, ouvirem que ela não poderia representar um produto “familiar” por não ser mãe.

 

A resposta veio com o humor afiado de quem se recusa a aceitar passivamente os estigmas: “Pois então não tenho família, vim de chocadeira?” Ao colocar em palavras o desejo de não ter filhos, Paolla descobriu algo revelador: muitas mulheres se identificam com sua escolha. “Depois que consegui falar com mais tranquilidade sobre isso, mulheres passaram a me parar na rua para contar que também fizeram essa opção”, disse. Em um mundo que ainda cobra das mulheres um roteiro pré-definido casamento, filhos, família a atriz ressignifica o silêncio que durante anos carregou com vergonha.

 

Apesar da pressão externa, a atriz reforça que sua relação com o cantor Diogo Nogueira, com quem está desde 2021, permanece leve e acolhedora. Diogo, que já é pai, não impõe à parceira essa expectativa, e Paolla encontrou no congelamento de óvulos uma maneira de assumir, com autonomia, suas escolhas. “Sigo com o poder da escolha por ter congelado óvulos. Isso acalma o coração de quem sempre foi cobrada para ter uma resposta. Agora tenho uma: falo tranquilamente que não quero e que considero uma vida consistente sem filhos”, afirmou.

 

A atriz também relembrou como esse tema atravessou a sua vida profissional. A maternidade ou a ausência dela não deveria definir o valor ou a capacidade de uma mulher, mas ainda é vista como um critério de validação. “Por não ter filhos, já fui acusada de ser contra a família”, desabafou. A fala expõe não apenas o julgamento sofrido, mas a rigidez de um modelo de sociedade que associa a realização feminina à maternidade, ignorando outras formas possíveis e legítimas de felicidade.

 

Ao colocar esse tema na pauta, Paolla faz mais do que defender sua escolha: ela convida outras mulheres a refletirem sobre seus próprios desejos, sem culpa ou necessidade de justificativa. Sua fala vem em um momento em que o debate sobre a autonomia feminina ganha força, e reforça que maternidade é uma possibilidade, não uma obrigação. A atriz encerra o desabafo com firmeza: “Por muito tempo, senti vergonha disso”. Agora, com serenidade e voz, ela transforma a vergonha em liberdade.

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