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Thainá Duarte: a estrela de 'Cangaço Novo', dá vida a Dilvânia

Conheça a talentosa Thainá Duarte, a estrela que brilha na série 'Cangaço Novo'. Em uma entrevista exclusiva para a L'Officiel Brasil, ela revela os bastidores de sua atuação e sua conexão íntima com suas personagens

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Foto: Jorge Bispo

Thainá Duarte, tem conquistado um lugar de destaque na indústria do entretenimento, mergulhando em papéis desafiadores e cativando o público com sua entrega e talento. Desde sua estreia marcante no cinema em "Mundo Cão" (2016), onde recebeu uma indicação ao Festival do Rio como Melhor Atriz Coadjuvante, até suas atuações recentes em séries como "Aruanas" (Globoplay) e "Cangaço Novo" (Amazon), Thainá que tem seus 27 anos tem demonstrado uma versatilidade notável em suas personagens. Em uma entrevista exclusiva para a L'Officiel Brasil, a atriz compartilha insights sobre sua história profissional, sua vida pessoal e seus projetos futuros, revelando uma profundidade emocional e uma conexão íntima com seus personagens.

Thainá reflete sobre como encontrou sua maior descoberta na profissão ao entender que podia renunciar a si mesma para contar as histórias de outras pessoas, conectando-se com elas de maneiras que vão além das palavras. Ela aborda também a pressão da indústria do entretenimento, compartilhando como preza pela sua liberdade fora do trabalho como parte essencial para sua criatividade e renovação. Através de suas palavras, Thainá revela sua dedicação à sua arte e sua gratidão pelo caminho que percorreu, enquanto mantém os olhos voltados para um futuro promissor, repleto de saúde para sua família e novas oportunidades para ampliar seus horizontes profissionais. Além disso, Thainá celebra sua conquista como Melhor Atriz Coadjuvante em série/minissérie no "Prêmio Brasileiro de Teledramaturgia", destacando o reconhecimento de seu trabalho e sua constante busca por excelência em sua carreira.

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Fotos: Jorge Bispo

Quando você considerou a sua maior descoberta, na profissão?

Quando entendi que podia me abster de mim por algum tempo para contar a história de outras pessoas e me conectar com elas de maneiras que não se traduzem em palavras.

Sendo uma jovem atriz, como você lida com a pressão da indústria do entretenimento e mantém um espírito leve?

Essa é uma pergunta engraçada rsrs porque parte de um pressuposto que você, ou outras pessoas, me enxergam e enxergam liberdade... Creio que parte dessa eleição pela “liberdade” vem do privilégio das temporadas de trabalho e não trabalho e da independência financeira que adquiri com a profissão...
Todas as vezes que prezo pela minha liberdade fora do trabalho, estou prezando também pelo meu trabalho... Acredito que para criar novos personagens e se reciclar é fundamental viver além da indústria.
Além disso.... Toda minha família trabalhou desde muito cedo para viver com o “básico” dentro de casa e para isso se colocaram em jornadas de trabalho exaustivas, com horas de transporte público lotado no meio, afazeres ao chegar em casa e ao final do mês pouco dinheiro sobrando ou no negativo.
Quando prezo pela minha liberdade estou considerando a tudo que minha família batalhou para que eu tivesse a oportunidade de escolher um caminho diferente e dessa forma tudo se torna mais “leve”.

Você está brilhando como Dilvânia na série "Cangaço Novo", do Prime Video, que teve a segunda temporada confirmada. Como você se preparou para essa personagem e o que podemos esperar na próxima temporada? Algum spoiler?

Comecei a preparação para Dilvânia pelo telefone com Aly Muritiba, que depois de uma conversa sobre o roteiro, me falou que via em Dilvânia a personagem interpretada por Marion Cotillard em Macbeth (Lady Macbeth) por conta do universo de reza quase mítico que a permeia e a via também, com referências masculinas já do sertão nordestino, como Padre Cícero e Antônio Conselheiro por ser a personagem que traria pra história o ponto da fé e resiliência.
Sound of Metal e a Festa da Menina morta foram também alguns dos filmes que me serviram de referência. A qualidade da interpretação de Riz Ahmed em Sound of Metal me fez entender o tamanho da angústia que Dilvânia carregava por não conseguir se expressar livremente assim como o lugar narcísico do personagem de Daniel de Oliveira por ser visto como uma figura estranha quase sagrada e ao mesmo tempo criada em uma redoma.
A referência que muita gente pergunta e que sim, sim, sim muitas vezes foi uma inspiração é o livro de Itamar Vieira Junior, Torto Arado. Sou muito fã da escrita de Itamar e Bibiana e Belonísia tocam cordas muito preciosas dentro da criação de Dilvânia e Dinorah rsrsrs.

Esse é o começo do processo individual (nada individual) de pesquisa que depois passa para o coletivo! Assim que comecei a traçar um norte de quem era ela, decidi que uma viagem até a Paraíba antes das filmagens seria crucial pro seu desenvolvimento porque eu tinha acabado de sair das filmagens da segunda temporada de Aruanas e muitos meses de pandemia e isolamento… então comprei um voo até João Pessoa na Paraíba e de lá aluguei um carro e fui dirigindo até o lajedo do Pai Matheus em Cabaceiras aonde faríamos grande parte das cenas. Muito da construção que tivemos para fazer a série veio da relação que a gente teve com o lugar e nesse momento foi como se eu pedisse a benção do espaço que passaríamos seis meses filmando, e naquele momento eu entendi muito sobre a personagem.
Depois mais uma vez peguei o carro e fui até Natal encontrar com Alice Carvalho que me recebeu com muito carinho e assim a gente tinha, pela primeira vez, o encontro de Dinorah e Dilvania. O Allan chegou durante a preparação, assim como Ubaldo que chega em Cratará, e arrematou da forma mais pertinente o que a gente tinha criado. Foram semanas de preparação com Fátima Toledo onde a gente pode interagir como um todo quanto elenco e dimerizar o tom dessas interpretações através do repertório que cada um tinha a oferecer para esses personagens.
Fábio Mendonça e Aly Muritiba guiaram o processo de forma que, ao fim da preparação, não restavam dúvidas de que tínhamos um bando de cangaceiros na sala.

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Fotos: Jorge Bispo

Você recebeu o Prêmio Brasileiro de Teledramaturgia como melhor atriz coadjuvante em séries/minisséries. Como descreveria esse momento e para quem você dedicou esse prêmio?

É uma validação do meu trabalho e as validações as vezes são necessárias pra que a gente consiga caminhar e se desenvolver profissionalmente...
Quando recebi a notícia eu estava em Cuba, estudando na Escola de Cinema Internacional, o que pra mim foi muito significativo porque mais uma vez estava longe de casa me desafiando a fazer algo novo, como fiz desde o princípio da minha carreira, porque pra mim é importante poder ser uma atriz melhor. A diferença é que agora tenho uma caminhada bonita pra admirar e honrar toda vez que entro em um novo espaço e foi esse o sentimento que a premiação me trouxe pra além dessa validação externa: eu sigo honrando meu objetivo de me aperfeiçoar no meu ofício e isso tem gerado efeito.

Você foi escalada para interpretar um papel de grande destaque, a Clara de "Aruanas", série do Globoplay, ao lado de feras da dramaturgia brasileira como Débora Falabella, Thaís Araujo, Camila Pitanga e Leandra Leal. Como foi a experiência?

Eu aprendi muito trabalhando com elas, são mulheres que admiro e participaram da minha construção da figura de atriz, sou muito grata por tudo o que vivemos e pelas coisas que pude apreender sobre a profissão estando perto delas.

Com essa vida atribulada, sobra tempo para cuidar da mente?

Tem que sobrar! Rsrsrs. Existem épocas da vida que a gente pende mais para o lado do trabalho, outros da saúde, outros dos relacionamentos... até a hora que a gente alcance um equilíbrio em fazer uma manutenção dessas demandas. Tenho me esforçado para alcançar esse equilíbrio.

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Fotos: Jorge Bispo

Como você define o bem-estar físico? O que você faz para se exercitar?
Bem-estar físico pra mim é ter um quadro clínico saudável (ir ao médico e ele dizer que está tudo bem rsrs) e ser apto a fazer as coisas do seu dia a dia que você julga fundamentais para viver. Para me exercitar faço de tudo um pouco... Corro, luto Muay thai, nado, mergulho, vou a academia, prático yoga e pilates... Uso as ferramentas que me estão à disposição que são muitas e busco escolher qual ferramenta usarei pra me exercitar, também pensando nos personagens que estou fazendo ou vou fazer no intuito de criar um “corpo” que seja mais coerente pra personagem que vive naquele contexto.

Qual é o seu truque de beleza?
Meu maior truque é beber água, dormir bastante e fazer coisas que me deixem feliz, porque gente feliz é mais bonita.


Qual, na sua opinião, a mais deliciosa característica feminina?
Ser mulher é carregar o dom da vida e creio que com isso a capacidade de encontrar soluções nos cenários mais aterradores.

Como se relaciona com a moda – e com a beleza?
Eu gosto de usar e vestir aquilo que me faz sentir bem pois quando me sinto confortável e me sinto bem comigo, me sinto mais bonita assim… o mesmo quando estou à procura de referências de pessoas para construção da minha estética a primeira coisa que percebo é se estão confortáveis com o que estão vestindo ou usando em geral.

Quais as suas regras pessoais que nunca quebra?
Prezo pela verdade, seja ela doce ou dolorida.

Para finalizar, o que você espera de 2024?
Espero que seja um ano de saúde pra minha família e que eu continue trabalhando com o que amo e que possa ampliar ainda mais meus horizontes.

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Fotos: Jorge Bispo

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