Body Shaming: A importância do limite dos cirurgiões plásticos
A pressão estética e o body shaming (vergonha do corpo causada por comentários do outro) ganham grande repercussão e inflam os consultórios de cirurgiões plásticos.
A pressão estética e o body shaming (vergonha do corpo causada por comentários do outro) ganham grande repercussão e inflam os consultórios de cirurgiões plásticos e dermatologistas com queixas que, por vezes, são impulsionadas por comentários maldosos, dentro ou fora das redes sociais.
“Essa discussão é muito atual. O corpo é uma forma de expressão pessoal e não existe um único padrão de beleza. Embora muitas pessoas acreditem que as cirurgias sejam usadas para atingir a perfeição estética ou uma aparência mais padronizada, é cada vez mais comum que as técnicas evoluam no caminho da naturalidade, levando em conta a singularidade de cada paciente e abraçando a diversidade de corpos. Os cirurgiões se concentram em realçar as características individuais. Essa abordagem ajuda os pacientes a se sentirem aceitos e confiantes em sua aparência original, mas o médico também pode ajudar a identificar se aquela é uma queixa genuína, se causa sofrimento ao paciente e o que ele espera do procedimento. As expectativas precisam ser reais e o médico precisa esclarecer todas as dúvidas do paciente”, ressalta a Dra. Helena Zarur, cirurgiã plástica membro da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS).
A BAPS, associação brasileira de cirurgiões plásticos de todo o mundo, focados no conhecimento científico, educacional, networking e olhar social, reitera que os profissionais de cirurgia plástica, quando identificam um distúrbio de imagem corporal ou uma motivação por pressão estética, podem recusar o procedimento solicitado, encaminhando o paciente para tratamento psiquiátrico e psicológico.
A Dra. Helena Zarur explica que, em contraponto ao body shaming, a cirurgia plástica atual tem mais relação com o body positive. “O antigo estigma de que a beleza é uniforme está sendo substituído por uma narrativa que destaca a autenticidade, a autoaceitação e a celebração da diversidade. Na clínica moderna, cada história é única, cada transformação é singular, e cada escolha é respeitada. A positividade corporal é uma mensagem incrível e que realmente combina bem com o que fazemos como cirurgiões plásticos. Sabemos muito bem que os procedimentos estéticos que oferecemos não são uma solução rápida ou uma reforma total. Em vez disso, quando feita com bom gosto, a cirurgia plástica é uma forma de otimizar o corpo de alguém para esse paciente fique o mais confortável possível em sua própria pele. É essencial que a expectativa do paciente em relação aos resultados também seja realista”, explica a médica.
Mas a BAPS reforça: antes de fazer uma cirurgia, é extremamente importante dar um passo para trás e entender as várias motivações e influências que a levaram a considerar a cirurgia plástica. “Ao pensar mais nisso, os pacientes são mais propensos a escolher procedimentos com os quais ficarão felizes, tanto no curto prazo quanto nos próximos anos. E, por fim, é fundamental que qualquer procedimento estético cirúrgico seja realizado por um cirurgião plástico especializado”, finaliza a Dra. Helena Zarur.