Inimigo silencioso: rabo de cavalo e os malefícios do uso diário
O rabo de cavalo é um clássico que nunca morre. Must-have de qualquer estação, seja no verão ou no inverno, ele é o verdadeiro sinônimo de praticidade. Sem dúvidas é o primeiro penteado que nos vem à mente quando pensamos em cabelos elaborados sem maiores dificuldades.
No entanto, apesar de ser o queridinho das celebridades, da versão mais simples à mais elaborada, ele também pode ser um verdadeiro inimigo silencioso quando usado com frequência. Podendo causar sérias danificações nos fios e até a perda de cabelo.
Assim, para um melhor esclarecimento sobre o assunto, a dermatologista e tricologista, Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar, dá dicas de como combater e identificar que seu cabelo está passando por um período de complicações. Confira!
Segundo a médica, ainda que seja desconhecido pela maioria das pessoas, os penteados com muita tração podem comprometer a saúde do couro cabeludo e afetar o crescimento dos fios, podendo desencadear um quadro conhecido como alopecia cicatricial, ou a destruição dos tecidos, com inflamação e atrofia.
O uso esporádico do penteado não causa problemas e, embora os efeitos não sejam imediatos, é provável que tenha sérias consequências para o crescimento capilar, especialmente nas áreas em que o cabelo está mais esticado, como é o caso da zona da testa ou das têmporas.
''Qualquer penteado demasiado apertado, especialmente se mantido ou repetido com frequência, pode predispor o cabelo à alopecia por tração, um tipo de alopecia cicatricial'' afirma a Dra. Kédima.
Um bom exemplo citado por ela foi o da cantora Ariana Grande, que reconheceu publicamente que o penteado afetou seriamente o seu cabelo e couro cabeludo, levando-a a recorrer a tratamentos e a deixar o cabelo solto durante algum tempo.
Como consequência desse ângulo não natural, os cabelos tendem a enfraquecer e quebrar, causando a sua queda. À primeira vista, é fácil perceber a área onde o cabelo está em falta. Isto acontece não só devido ao rabo de cavalo, mas também a penteados que puxem demasiadamente os fios, como pode ser o caso de tranças boxer, coques de bailarina, tranças afro ou até extensões.
''Ninguém está livre deste tipo de alopecia parcial: a predisposição genética ou o estado de saúde não influenciam. É suficiente que estas condições de extrema tensão causem o problema", afirma a médica.
Quais são os primeiros sinais de alerta?
O primeiro sinal de alerta está na escassez de fios em áreas onde anteriormente eles existiam, formando as chamadas "entradas". O seu médico tricologista ou dermatologista de confiança poderá aconselhar e receitar o tratamento mais indicado. Felizmente é um tipo de calvície reversível. Na maioria das vezes, tônicos ou soros nutritivos para revitalizar o cabelo e conferir mais força ao fio são suficientes.
Se as causas não forem evitadas, é possível que o problema fique muito maior e irreversível, podendo evoluir para uma alopecia cicatricial - que em casos de lesão maior pode impedir o crescimento de quaisquer fios de cabelos.
Para perceber se o seu cabelo está sob este tipo de estresse basta olhar atentamente para o espelho. Se ele está mais achatado do que o normal nas raízes, sem a ajuda de qualquer produto ou escova, pode ser um sinal de que ele está sob muito estresse.
Assim sendo, segundo a Dra. Kédima, o ideal é alternar entre tranças, um rabo de cavalo mais solto, molas, elásticos de tecido e em alguns dias tentar resistir à tentação de prender o cabelo para conseguir relaxar o couro cabeludo. Se você usa perucas ou extensões, considere também fazer algumas pausas, massageando regularmente o couro cabeludo com a ponta dos dedos, ajudando a reativar o fluxo sanguíneo e apaziguar o cabelo e a pele.
Porém ainda que pareça algo simples, sempre lembre-se de consultar um médico assim que perceber qualquer tipo de alteração além do natural.