Mike Horn em uma entrevista exclusiva para a L'Officiel Hommes
Linha do Equador! Em bate-papo exclusivo para L'Officiel Hommes, o navegador e aventureiro Mike Horn fala sobre sua relação com o Brasil e como usa os relógios para se orientar.
O explorador suíço-sul-africano e embaixador da Panerai há mais de 20 anos é dono de portfólio recheado de aventuras globais que iluminam as maravilhas e as transformações do planeta, despertando o desejo de sair da zona de conforto e se lançar rumo ao desconhecido. Na expedição What’s Left (2023-2027), manejando o leme do seu veleiro Pangaea, Horn vem revisitando alguns dos lugares mais selvagens da Terra para testemunhar o que mudou e o que resta ainda para conhecer. E tem com os relógios da Panerai um relacionamento de longa data – ambos não cedem sob pressão, desde altitudes a condições climáticas extremas e locais remotos e desafiadores. Mike conta que estará na America’s Cup, símbolo de excelência náutica e de inovação do qual a Panerai é parceira oficial e, desde 2019, patrocinadora da Luna Rossa Prada Pirelli. Entre os relógios lançados durante a W&W, estão o Submersible Tourbillon GMT Luna Rossa “Experience Edition”, limitado a 20 peças, o primeiro Submersible com 45mm a apresentar a complicação do turbilhão e também o pioneiro do gênero a casar a complexidade de um turbilhão com o apelo futurista do CarbotechTM (material que compõe o casco do barco Luna Rossa), com resistência à água de até 300 metros de profundidade. E também o Submersible QuarantaQuattro Luna Rossa Ti-Ceramitech, que une alto desempenho e tecnologia de ponta de um novo material inovador. Os relógios desta família têm caixa em Ti-CeramitechTM de 44mm de diâmetro, calibre P.900 com reserva de energia de três dias, bezel em titânio ceramizado retrabalhado revelando o metal em pontos estratégicos. O azul do processo de ceramização é tão distintivo que levou ao desenvolvimento de uma cor sob medida para as pulseiras, com resistência à água de até 500 metros de profundidade. A seguir, Mike conta mais sobre sua história com a Panerai, sua paixão por relógios e sua relação com o tempo.
L’OFFICIEL HOMMES: Qual foi a sua aventura mais emocionante?
MIKE HORN: Quando comecei as minhas expedições, todas eram no Brasil – e fui para Manaus. Há muitos anos, os militares na região estavam treinando os americanos para a guerra do Vietnã, porque tinham conhecimento das selvas. O meu objetivo era buscar conhecimento e saber como sobreviver na Amazônia. E, aí, quando terminei em Manaus, nadei pelo rio Amazonas. Foi incrível.
L’OFF: E como o seu conceito de tempo mudou ao longo dos anos?
MH: Acho que desde muito jovem entendi o que era o tempo. Perguntei ao meu pai: “Quanto tempo temos de vida?” Porque vi meu avô morrer. E então ele disse: cerca de 30 mil dias para uma idade média de 82 anos. Ou seja, você só tem 30 mil dias de vida e dorme metade deste tempo. Sobram 15 mil dias multiplicados por 24 horas. Então, tornou-se muito importante para mim não perder tempo, porque ele passa rápido demais. Porém, se você encontra a paixão naquilo que faz, não precisa de todo o tempo, porque você está vivendo intensamente. Não é tanto o tempo que você tem, mas a intensidade que você vive.
L’OFF: Qual é o poder de um relógio para você?
MH: O meu relógio sempre foi usado como instrumento de navegação porque quando se vai para os polos da Terra, o líquido crista- lino do smartphone congela. Não é possível usá-lo. E quando se vai para o Norte do Círculo Polar Ártico, você está no Norte dos campos magnéticos do mundo, e a bússola não pode mais lhe dar a direção. Então, a única maneira de se orientar é com o tempo. E foi então que a Panerai fez o primeiro relógio para mim, que usei como bússola do tempo. Com o sol girando ao redor dá para saber a direção em que se está caminhando! Por isso, para mim, o relógio não serve apenas para me dar as horas, mas para me dar a direção geral de onde estou indo.
L’OFF: E qual é a sua maneira favorita de passar o tempo?
MH: Sozinho. Passei muito tempo nadando pelo Amazonas e estava sozinho. Quando caminhei por toda a América do Sul até o Equador, também estava sozinho. Quando cruzei o polo Sul, estava solo. Então, parece que adoro ficar sozinho. Pois assim você tem a si mesmo como companhia e pode ser 100% a pessoa que você é. Quando você passa muito tempo rodeado de outras pessoas, você sente que a pressão da sociedade muda o seu jeito. E eu gosto de ser eu mesmo no final do dia.
L’OFF: Quando você ganhou o seu primeiro relógio?
MH: Foi o meu pai que me deu o primeiro relógio. Eu tinha 13 anos. E ele veio com uma norma. Minha família sempre me deu muita liberdade. Eles viram que eu era bastante inquieto. E me deram um relógio para que todo dia, às 18h, eu estivesse em casa. Era essa a regra. Não precisava dizer a eles onde estava indo ou o que estava fazendo. Tinha a liberdade de ir a qualquer lugar, mas quando o relógio marcava 18h, eu tinha que estar em casa.
L’OFF: E há alguma viagem planejada para o Brasil em 2024?
MH: Agora estou “congelado” no meio da Groenlândia, com o meu barco. Depois de julho, quando o gelo quebrar, irei para o Brasil e passarei os próximos seis meses por lá. Vou primeiro para o Amazonas, depois para Santos. E, na sequência, para o Rio de Janeiro.
L’OFF: E, ainda este ano, quais são os seus planos com a Panerai?
MH: Planejo continuar a investigação de exploração com a Panerai. E o que estamos fazendo também é preparar uma aventura especial para os clientes da grife que comprarem um relógio. E depois continuaremos avançando na reciclagem de materiais que serão utilizados na construção dos novos modelos da marca. Portanto, é importante seguir a minha investigação, os meus programas educativos com os jovens e as minhas aventuras – todas ao lado da Panerai. E se posso inspirar outras pessoas a terem a mesma filosofia, então esse é o objetivo.
