Quincy Jones: saiba quem foi o gênio que transformou a música
Quincy Jones, o maestro da música, uniu ritmos e corações, deixando um legado eterno com suas colaborações lendárias e inovações
No último domingo, 3 de novembro de 2024, o mundo da música perdeu um de seus maiores ícones. Quincy Jones, o prodigioso produtor e arranjador, faleceu em sua casa em Bel Air, Los Angeles, aos 91 anos. Sua carreira monumental, que abrangeu sete décadas, é marcada por colaborações com lendas como Michael Jackson, Frank Sinatra e Milton Nascimento, além de uma impressionante coleção de 28 prêmios Grammy, dois Oscars e um Emmy. A família de Jones expressou a dor da perda, mas também celebrou a vida extraordinária que ele levou, afirmando que “nunca haverá outro como ele”.
Nascido em Chicago em 1933, Quincy teve seu primeiro contato com a música aos 14 anos, quando se deparou com o talento de Ray Charles. Essa experiência o inspirou a superar desafios e se dedicou ao estudo musical na Berklee College of Music. Durante os anos 50, Jones se destacou como trompetista, fazendo parte da banda de Elvis Presley em suas primeiras aparições na televisão. Sua habilidade e visão artística o levaram a colaborar com ícones do jazz, criando arranjos para estrelas como Ella Fitzgerald, Aretha Franklin e Frank Sinatra.
Na década de 60, Jones solidificou sua relação com a música brasileira, lançando o álbum "Big Band Bossa Nova", onde reinterpretou clássicos de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Milton Nascimento se tornou um grande amigo e colaborador, e a saudade sentida por Bituca, que lamentou a morte do produtor, reflete o impacto profundo que Jones teve na música brasileira. “Quincy foi um grande admirador e disseminador da música brasileira pelo mundo”, afirmou Nascimento.
Jones não se limitou a ser um produtor; ele também foi um visionário que transformou a música pop moderna. Seu trabalho em "Thriller", o álbum mais vendido de todos os tempos, revolucionou a indústria e consolidou a parceria com Michael Jackson, embora nem sempre sem controvérsias. Quincy não hesitou em expressar sua frustração com a ganância de Jackson em relação aos créditos de colaboradores, revelando uma faceta crítica de sua personalidade marcante.
Além de sua carreira musical, Jones também fez contribuições significativas para o cinema, incluindo a trilha sonora do aclamado filme "A Cor Púrpura", de Steven Spielberg. Sua influência transcendeu fronteiras, unindo culturas através da música. Ele trouxe ao mundo não apenas sucessos, mas também uma visão sobre as lutas sociais, destacando a força e resiliência de músicos em comunidades carentes.
As polêmicas que cercaram Quincy, como suas declarações ousadas sobre a indústria e seus contemporâneos, nunca ofuscaram seu legado como um dos maiores músicos e produtores da história. Sua irreverência e autenticidade cativaram gerações, e seu amor pela música brasileira deixou uma marca indelével na história da música, chegando a participar do carnaval do Rio de Janeiro na Portela.
Quincy Jones não é apenas uma lenda; ele é um símbolo da capacidade da música de unir e inspirar. Sua partida deixa um vazio, mas sua música e impacto continuarão a ressoar, provando que um verdadeiro gênio nunca é esquecido.