Chanel homenageia o Rio e destaca brasileira em nova coleção

Paulistana da Mooca, Amanda Sanchez começou cedo na moda. Aos 16 anos foi descoberta. Aos 18, virou modelo in house da Chanel. E está na marca francesa até hoje. Apesar de ter trabalhado diretamente com Karl Lagerfeld, a primeira pessoa que a brasileira conheceu foi Virginie Viard, que na época era braço direito do kaiser e por quem ela não esconde a admiração. A escolha criteriosa dos melhores tecidos e a ênfase nos detalhes são qualidades pinçadas pela modelo entre as muitas da atual diretora criativa da Maison. 

Daí que é fácil imaginar a felicidade de Amanda ao descobrir que a pré-coleção Chanel Primavera-Verão 2021 estaria conectada ao Brasil e, ao mesmo tempo, ao savoir-faire da grife. Em entrevista virtual realizada nesta segunda para apresentar a novidade, Amanda contou que participou indiretamente do processo de desenvolvimento das peças, já que é próxima de todos no staff criativo da marca. 

“Me lembra das minhas raízes, de onde venho”, explica. “É tão colorido e fresco. Essas silhuetas são muito sofisticadas, mas também muito alegres, e me identifiquei com elas imediatamente”, disse ela que, depois de tantos anos morando em Paris, incorporou aquele “je ne sais quoi” das parisienses ao seu próprio visual. “Aqui tudo é mais despojado, mas amo cores mesmo no inverno, que vem do meu lado brasileiro”, comenta.

Outro elemento importante no seu visual é o uso de um elemento statement, que pode ser um acessório impactante ou uma peça especial. Entre os muitos itens Chanel que recheiam seu closet ela destaca o primeiro item: uma clássica jaqueta de tweed na cor preta. Depois, basta um bom jeans, camiseta e salto flat. A coleção, que está chegando por aqui, tem esse mood relax chic em sintonia com a exuberância brasileira.

Tonalidades de amarelo, verde, rosa e azul estão na cartela de cores: há desde uma jaqueta com quatro bolsos em vestidos de tweed até um par de jeans largos com efeito tie-dye. Uma jaqueta multicor em tweed precioso feito pela House of Lesage combina fios, fitas e lantejoulas, enquanto um conjunto de jaqueta e saia skatista vem em tweed luminoso.

Os motivos gráficos homenageiam o paisagista brasileiro Roberto Burle Marx e a Avenida Atlântica de Copacabana, ela própria inspirada no calçamento da Praça do Rossio em Lisboa de 1848. Embelezam um suéter com capuz em caxemira rosa e azul, uma blusa e conjunto de calças de corte largo em crepe de seda bicolor, e vestidos em voile de algodão, crêpe de Chine ou jacquard de seda, além da icônica bolsa 11.12. “Gosto muito desses motivos porque eles me lembram da minha infância”, explica Amanda. “Eu amo a leveza da inspiração brasileira. Você também encontra isso nos detalhes, como essas pulseiras da sorte revisitadas em tranças e tweed. ”

O fascínio desta pré-coleção é deliberadamente fluido e descontraído, como pode ser visto com um blazer em tweed azul marinho, um conjunto duplo em uma malha extremamente macia e um vestido preto ligeiramente oversized que pode ser usado de dia e à noite. Detalhes refinados dão a essas silhuetas todo o seu esplendor, como botões de joias e tranças tecidas e texturizadas. Para mostrar as peças, não podia ser diferente. Amanda posa para o fotógrafo Tim Elkaïm, dando vida às silhuetas elegantes e descontraídas, combinando a energia vibrante de seu Brasil natal com o fascínio da Chanel.