O Instagram aumentou a busca por procedimentos estéticos? Entenda
Estudo comprova que o uso de hashtags aumentou a busca por procedimentos estéticos em 10 anos
Até que ponto o Instagram pode influenciar em nossas escolhas? Segundo o estudo publicado recentemente no Aesthetic Surgery Journal Open Forum, de Oxford, a rede facilitou a divulgação de profissionais de estética, bem como seus serviços e procedimentos de beleza. No entanto, com a alta promoção de conteúdos, fotos e influenciadores compartilhando suas experiências e resultados, o fenômeno tem preocupado o BAPS - Brazilian Association of Plastic Surgeons, que defende a publicidade médica responsável nas mídias digitais.
“O estudo mostra que, no mundo, os cirurgiões podem utilizar a plataforma para alcançar clientes e consumidores em potencial por meio de uma demonstração de sua experiência, fazendo comparações antes e depois ou conectando-se diretamente por meio de consultas de mensagens pessoais. No entanto, essa não é a realidade no Brasil, já que os médicos brasileiros são proibidos de postar fotos de antes e depois e contam com uma série de limitações no quesito publicidade”, explica o cirurgião plástico Dr. Daniel Lobo Botelho, presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons).
De 2021 a 2022, o aumento das buscas por cirurgia plástica se tornou alarmante no Brasil. Dentre o maior volume de pesquisa, estão procedimentos como: abdominoplastia, blefaroplastia (para excesso de pele nas pálpebras), toxina botulínica, braquioplastia (para excesso de pele e flacidez de braços), remoção de implante mamário, redução de mama, elevação de sobrancelha, elevação de bumbum, transplante de cabelo, aumento de lábio, cirurgia de mama masculina, mastopexia (para levantar a mama), mentoplastia (para tratar o formato do queixo), otoplastia (para as orelhas), platismoplastia (para o músculo do pescoço), rinoplastia (para o nariz), e coxoplastia (para a região das pernas).
Para a BAPS, a sua maior preocupação é que os profissionais presentes nas redes sociais, façam bom uso do seu poder de comunicação. “Por meio de links de hashtag, termos de pesquisa e perfis dedicados, o Instagram tem sido um meio central para a disseminação de procedimentos e informações médicas”, complementa o estudo realizado em Oxford.
Segundo o presidente da Associação, toda a liberdade deve ser direcionada pela responsabilidade: “Nesse sentido, nós da BAPS reforçamos que a nossa defesa pela publicidade médica livre, antes de mais nada, deve ser calcada em valores inegociáveis, como seriedade das informações e imagens, bem como na responsabilidade e respeito tanto à Medicina quanto ao paciente”, explica. “A partir do momento em que esse cirurgião tem algo de muito valor para levar às pessoas do ponto de vista técnico, de qualidade científica, há a necessidade desse cirurgião estar mais próximo da sociedade e se apresentar de forma mais clara, transparente, sem arestas e sem barreiras. Justamente para que o paciente consiga entender e distinguir de forma mais clara aquilo que ele quer ter acesso”, argumenta.