Paris Fashion Week: veja os highlights do terceiro dia de evento
De Louis Vuitton à Yohji Yamamoto, confira todos os detalhes da temporada Fall22 na Paris Fashion Week
O momento mais aguardado do dia em Paris, certamente, foi o desfile da Louis Vuitton. A maison francesa apresentou a última coleção assinada por seu diretor criativo, Virgil Abloh, que faleceu em novembro de 2021. O show teve introdução cinematográfica poética e foi um tributo à Virgil, que foi capaz de reinterpretar (e de reformular) parte do legado da grife centenária. No palco, a “Louis Dreamhouse” serviu de base para os espectadores acompanharem os temas abordados por Abloh ao longo das oito temporadas à frente da LV. A mesa posta não trouxe alimento para o corpo, mas, sim, música para a alma – composição acertada para embalar as acrobacias encenadas pelos modelos. A sensação é de que estávamos diante de um filme rodado em slow motion. Surgiram criaturas angelicais, trajadas com figurinos brancos, algumas com asas estruturadas e outras com véus ornamentados e delicados cristais. O luxo foi mais uma vez subvertido (sacada preferida de Virgil) e exibido através da alfaiataria impecável e agênera e do streetwear (grafitado) altamente hipnótico. As bolsas de mão apareceram em diferentes formatos e tamanhos, com coloridos neutros e estampas florais. Entre as tonalidades que marcaram presença, destaque para o roxo, o cobre, o azul-petróleo, o cinza (com ilustras em baixo relevo), o preto (fosco e acetinado) e o off-white. Teve até look 100% gliterizado, tie-dye repensado e desenhos renascentistas. Do terno aveludado aos moletons e a balaclava com monograma (peça desejo!), Virgil Ablog confirmou que vai fazer muita falta ao universo da moda e ao mundo.
A Uniforme apostou em elementos nostálgicos para compor a sua moda paginada por tecidos acolhedores e cores como ocre, branco e vermelho. Na contramão, a Sulvan embarcou num contexto mais experimentalista. As modelagens arquitetônicas e o clássico xadrez fazem dobradinha equilibrada, que permite certa ousadia conferida pelo melhor metálico visto na temporada. A ausência de acabamentos rebuscados é o ponto alto da marca, que brincou com as sobreposições, com os efeitos óticos e com as combinações zero ortodoxas. Para lacrar, o sapato-sandália esbanja personalidade.
Homme Plissé Issey Miyake, que tem Satoshi Kondo na linha de frente, novamente acertou ao projetar estruturas tridimensionais inspiradas nas Yurts e nas Teepees (a primeira, espécie de cabana usada por nômades mongóis e que caiu no gosto da turma alternativa que habita o Havaí e, a segunda, morada de madeira cônica intrinsicamente conectada à natureza). Jaquetas, coletes, blusas e casacos são plissados diagonalmente, e as calças, além das delicadas dobraduras, têm base tubular, com vaga lembrança do skiwear 80’s (que tinha barra afunilada). Yohji Yamamoto segue se enveredando no campo da plasticidade da forma – sempre com criações atemporais e impactantes. O colorido, embora sóbrio, teve a companhia sutil do animal print. Os tingimentos com aspecto puído e a camisa branca desconstruída se firmam como curingas da label.
Homme Plissé Issey Miyake
Yohji Yamamoto