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Bilionários que optaram por não deixar fortuna para seus filhos

Declaração do apresentador Anderson Cooper sobre não deixar fortuna para seu filho retoma o debate sobre meritocracia e taxação de bilionários.

Chuck Feeney
Chuck Feeney

Bilionários e super-ricos já optaram por não deixar sua fortuna total para seus herdeiros. Anderson Cooper, âncora da emissora CNN, declarou que não deixará sua fortuna para seu filho e reacendeu a discussão sobre heranças milionárias. Com fortuna estipulada em cerca de US$200 milhões (mais de R$1 bilhão), Cooper manifestou não pretender deixar “um pote de ouro” para seu herdeiro.

"Não estou tão interessado em dinheiro, mas não pretendo passar adiante algum tipo de pote de ouro para meu filho. Vou fazer o que meus pais me disseram: 'Sua faculdade será paga, e em seguida você precisa seguir [por conta própria]'”, afirmou durante episódio no podcast Morning Meeting. O apresentador contou que cresceu vendo como o dinheiro foi desperdiçado pela família do lado materno, preocupada em entrar para a alta sociedade de Nova Yorl e não com causas sociais que pudessem beneficiar aos outros.

A declaração retoma o debate a respeito do destino das heranças – tanto pelas críticas sobre responsabilidade social quanto pela proposta de taxação de fortunas como forma de reduzir a desigualdade e a concentração de renda.

Assim como Cooper, outras magnatas que optaram por não deixar o dinheiro para seus herdeiros. Veja os principais casos:

 
 

Andrew Carnegie

Homem mais rico do mundo em sua época, o magnata do aço, Andrew Carnegie não deixou o dinheiro obtido pela venda de sua Carnegie Steel Company, em 1900, para seus herdeiros. A soma foi destinada à construção de bibliotecas, institutos educacionais, fundos e fundações nos EUA e na Europa.

Após sua morte, em 1919, sua mulher recebeu alguns bens pessoais, e sua filha única, Margaret, um pequeno fundo para viver confortavelmente, mas que não se comparava às heranças dos filhos de outros magnatas.

Chuck Feeney

O filantropo Charles "Chuck" Feeney, cofundador da empresa de varejo em aeroportos Duty Free Shoppers (DFS), doou em vida US$8 bilhões, por acreditar, como declarou em entrevistas, que "com a riqueza vem a responsabilidade".

"Vejo poucos motivos para adiar essa doação, quando tanto bem pode ser alcançado ao apoiar causas valiosas. Além disso, é muito mais divertido doar enquanto você está vivo do que quando já está morto", afirmou à Forbes, em 2012.

Andrew Carnegie
Andrew Carnegie - Foto: Getty Images
Chuck Feeney
Chuck Feeney - Foto: Getty Images

Kevin O'Leary

O'Leary, que conquistou seu patrimônio com softwares de informática, transformou-se em celebridade no Canadá por aparecer em programas como Shark Thank (na versão brasileira, Negociando com Tubarões). Com a crença de que eliminar todo o risco seja uma forma de amaldiçoar uma criança, uma vez que isso a desincentivaria a buscar uma carreira, criou um fundo para todas as crianças de sua família, de modo que elas tenham suas despesas pagas do nascimento à universidade, mas depois disso não recebam mais nada.

Yu Pengnian

O empresário chinês Yu Pengnian, bilionário dos ramos imobiliário e hoteleiro, doou em vida cerca de US$ 1,2 bilhão a causas filantrópicas. Seu testamento determinou que todo seu dinheiro restante tivesse igual destino após sua morte, que ocorreu em 2015, quando Yu tinha 93 anos. Também solicitou que seu legado de benfeitorias permanecesse.

"Se meus filhos são mais capazes do que eu, não é necessário que eu lhes deixe muito dinheiro. Se eles são incompetentes, muito dinheiro será prejudicial a eles", declarou em 2009, segundo o jornal China Daily.

 

Kevin O'Leary
Kevin O'Leary - Foto: Getty Images

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