Luis Lobianco em entrevista exclusiva a L’Officiel Hommes Brasil
Luis Lobianco fala sobre seu novo papel no remake de sucesso, ‘Vale Tudo, em entrevista exclusiva para L’Officiel Hommes Brasil
Fazendo parte do elenco do novo grande sucesso da televisão, o remake de ‘Vale Tudo’, Luis Lobianco mostra todo seu talento e versatilidade ao interpretar o desonesto Freitas. Mas não é de hoje que seu sucesso é estrondoso. Ator e com uma linda experiência no teatro, Luis começou a ficar famoso em 2012 participando do elenco do canal Porta dos Fundos, no YouTube. Em 2015, começou a atuar na série ‘Vai que Cola’, na Multishow. E só então, em 2018, que ele estreou em sua primeira novela, ‘Segundo Sol’.
Luis Lobianco prova sua versatilidade em diversos momentos, como ter aceitado o desafio de dançar no ‘Dança dos Famosos’ em 2019. E no ano seguinte, participou do elenco humorístico ‘Fora de hora’ e ‘Diário de um confinado’ na Globo, onde levou mais alegria para a quarentena da Covid-19. Agora, em entrevista exclusiva para L’Officiel Hommes Brasil, ele conta como foi sua preparação e como está sendo esse momento em ‘Vale Tudo’, seus projetos futuros e um pouco sobre sua vida pessoal. Confira!
L’OFFICIEL BRASIL Um dos remakes mais aguardados, finalmente estreou, ‘Vale Tudo’. E fazendo parte do elenco brilhante, acreditamos que sua ansiedade deve estar a mil. Quais são suas expectativas para a novela?
LUIS LOBIANCO Estou mais feliz que ansioso. Claro que há muita expectativa e desejamos fazer o melhor, mas não deixo que vire pressão. Na rotina de gravação tenho sempre a consciência de que esse projeto tem caráter de celebração pelo aniversário da Tv Globo e houve a oportunidade de homenagear uma obra importante. Gosto do desafio e de estar em trabalhos que falam com o Brasil tão amplamente. Estou em festa!
L’OFFICIEL BRASIL Você está interpretando um personagem corruptor que ajuda seu patrão a desviar dinheiro e cometer golpes, o Freitas, assistente de Marco Aurélio (personagem de Alexandre Nero). Na primeira versão foi João Camargo que assumiu o papel. Como foi sua preparação para um personagem de um caráter tão duvidoso?
LUIS LOBIANCO Ele tem valores deturpados e se sujeita a uma rotina de humilhações para operar próximo ao poder. Definitivamente somos muito diferentes e é aí que está a diversão. Na sala de ensaio rimos com os absurdos do Freitas. Não dá pra defender a imoralidade desse cara, mas como personagem é um prato cheio agir e pensar como ele.
L’OFFICIEL BRASIL A nova versão está sendo adaptada por Manuela Dias, que tenta trazer a trama para acontecimentos atuais, refletindo os novos tempos e transformações sociais. Como você fez para adaptar o mesmo na interpretação do seu personagem?
LUIS LOBIANCO Um ator precisa estar constantemente atento e presente no seu tempo. Meu dever de casa é sair pela rua e conhecer novos artistas, ir ao cinema, ao museu, ao samba, nunca deixar de fazer meu teatro e ter independência criativa. Bota aí também o cuidado com saúde mental, exercício físico e descanso. O meu jeito de estar atualizado é ter interesse pela vida.
L’OFFICIEL BRASIL Em outra entrevista recente, você destacou que não queria ver nada da primeira versão de ‘Vale Tudo’, sem peso e sem influência da atuação de João. Assim está sendo com toda equipe da trama? Vocês estão buscando algo novo dentro do remake?
LUIS LOBIANCO Eu assisti Vale Tudo em 88 quando tinha 6 anos de idade e depois uma reprise já com 20 e poucos. Com o convite para o remake achei melhor focar no texto. O João Camargo deu um show na primeira versão e o Freitas dele me inspira! Ele é bastante carinhoso quando trocamos figurinhas sobre o personagem. Como equipe, o que buscamos de uma nova versão é atualizar pautas que ainda não eram discutidas com a profundidade necessária naquela época. Outra curiosidade é o quanto novas tecnologias interferem no desenvolvimento da trama.
L’OFFICIEL BRASIL Além de ‘Vale Tudo’, você também está nos cinemas dando vida ao Nhô Lau, dono da goiabeira mais cobiçada por Chico Bento, em ‘Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa’. E na última semana atingiu 1 milhão de espectadores!!! Como foi fazer parte deste projeto? Teve algum conselho de Maurício de Souza?
LUIS LOBIANCO O filme Chico Bento assim como Vale Tudo faz parte da memória afetiva dos brasileiros. Por isso me sinto honrado com os convites, é sinal de que o meu trabalho tem credibilidade. Estive com o Maurício de Sousa em duas ocasiões e me emocionei com a sua presença. Não consegui nada além de expressar o óbvio dizendo o quanto o seu universo de histórias foi fundamental na minha infância. A gente volta a ser criança perto dele.
L’OFFICIEL BRASIL Em ‘Outros’, você já encarou algo mais desafiador que te fez testar sua versatilidade ao fazer Seu Durval, um personagem que exigiu mais drama. O que você tirou de aprendizado deste desafio bem diferente dos últimos?
LUIS LOBIANCO O drama não é novidade nos meus 31 anos de teatro. É natural ser associado ao humor porque foi nesse gênero que tive minha chance no audiovisual há 13 anos. Agora com a carreira assentada, quem me conhece sabe que gosto mais de personagens do que de piadas. Em Os Outros fiz o Durval que era um homem abandonado e solitário. O texto do Lucas Paraízo e a direção da Luísa Lima exigem uma intensidade de atuação que transforma os atores. Foi uma experiência deliciosa, inesquecível.
L’OFFICIEL BRASIL Em ‘Vai na fé’, você trabalhou com o diretor artístico Paulo Silvestrini, e agora mais uma vez em ‘Vale Tudo’. O que mais gosta do trabalho de Paulo?
LUIS LOBIANCO Paulinho preza por cenas afinadas e personagens bem desenhados, aprofundados. Eu poderia dizer que a atenção dele está toda na alma do ator mas vai além, é também um diretor de extremo bom gosto! Tem total domínio do conceito que cria e onde quer chegar com as cores, os sons e o tempo de cada coisa acontecer. Tivemos uma parceria feliz na novela Vai na Fé e quando começamos Vale Tudo percebi que ele trouxe de lá algumas pessoas da sua confiança. Senti orgulho por ser uma delas.
L’OFFICIEL BRASIL É impossível falarmos da sua carreira sem lembrar de Porta dos Fundos, lá em 2012, que fez um grande sucesso no YouTube. O que você leva daquela época e daquela experiência até hoje?
LUIS LOBIANCO No Porta dos Fundos tive a oportunidade de conhecer pessoas que sentiam a mesma inadequação que eu. Ninguém queria investir naquele nosso jeito de pensar e fazer cenas. O YouTube, que naquela época era um deserto, foi a plataforma possível. Ali o grupo se influenciava mutuamente e produzimos um tipo de humor que o público se identificou. Trago desse encontro um olhar crítico sobre minhas escolhas. Gosto de projetos populares mas que não subestimam a inteligência das pessoas.
L’OFFICIEL BRASIL Em 2021, perdemos um grande ator, ser humano e seu amigo, Paulo Gustavo, pela Covid-19. Ele faz muita falta no universo artístico, nos filmes, no teatro, como ator e como pessoa. Você lembra qual foi a última conversa que tiveram? Ou o momento inesquecível com ele?
LUIS LOBIANCO Estivemos juntos pela ultima vez numa confraternização do canal Multishow no fim de 2019. Antes disso, numa gravação, lembro de me jogar no chão, literalmente, de tanto rir com o Paulo imitando uma colega de equipe pra ela própria rir... Uma das pessoas mais divertidas que já conheci.
L’OFFICIEL BRASIL Já falamos de novelas, do cinema, e até mesmo de séries. Mas nos conta, tem algum projeto em mente para o teatro após o fim das gravações de ‘Vale Tudo’?
LUIS LOBIANCO Sim, estou louco pra estar no palco com um projeto novo. Tenho convite pra um musical hilário, outro para uma peça super instigante e também comecei a desenvolver umas ideias com o jornalista Chico Felitti.
L’OFFICIEL BRASIL Você se considera um amante da moda? Se sim, qual é a peça que você olha e diz “sou eu”?
LUIS LOBIANCO Moda, para além de tendências, é afirmação de identidade. Pode ser uma ferramenta de comunicação a seu favor se estiver disposto a treinar as suas possibilidades. Sobre minha relação com ela, é um investimento em autoconhecimento que me dá protagonismo, coisa que nunca me veio de mão beijada. Penso que a moda me liberta e me apresenta do jeito que quero, sem rótulos e insubordinado à imposição de padrões. Uma peça que é a minha cara é a camisa branca de puro linho. Sinto que ela me deixa lindo e confortável na minha própria pele.
L’OFFICIEL BRASIL Por fim, um sonho…
LUIS LOBIANCO Sonho que artistas tenham mais garantias de uma vida digna. A discussão passa pelos devidos direitos autorais em reproduções de obras e também aposentadoria. Precisamos falar mais sobre proteção para quando não somos jovens.